Dra. Martinilsa Rodrigues fala sobre Psyllium como substituto de Glúten

 

A doença celíaca (DC) é uma enteropatia imunomediada em indivíduos geneticamente suscetíveis, caracterizada histologicamente pela atrofia das microvilosidades intestinais (BUTTERWORTH, 2004), que resulta em lesões de variável gravidade. A expressão da DC ocorre por uma série de fatores: imunológicos, genéticos, ambientais e presença de glúten na dieta.
A dieta isenta de glúten conduz à monotonia alimentar, dado o fato de que esta substância compõe a estrutura química das massas alimentícias e dos produtos de panificação – pães, bolos e biscoitos. Além disso, a indústria alimentícia recorre ao uso da farinha de trigo, como ingrediente ou como aditivo, pelo efeito das propriedades funcionais do glúten na definição das características sensoriais dos produtos.
Segundo a Associação dos Celíacos do Brasil (ACELBRA, 2006), os pacientes transgridem a dieta por vários motivos: falta de orientação sobre a doença e suas complicações; descrença na quantidade de cereais proibidos (qualquer quantidade é prejudicial e agressiva aos ceiíacos); dificuldades financeiras, pois os alimentos permitidos são os de custo mais elevado; hábito do uso da farinha de trigo na alimentação (pão, macarrão, etc.); falta de habilidade culinária para preparar alimentos substitutivos; forte pressão da propaganda dos produtos industrializados, que contêm glúten; rótulos, embalagens ou bulas que nem sempre contêm a correta ou clara composição dos ingredientes.

O tratamento da DC é, no momento, basicamente dietético e consiste na exclusão do glúten da dieta de forma permanente (SDEPANIAN, 2001). Assim, as microvilosidades intestinais podem retornar ao seu estado histológico normal, pois o glúten agride e danifica as vilosidades do intestino delgado e prejudica a absorção de nutrientes.
Pacientes com DC necessitam de orientações dietéticas de profissional, capacitado na área de nutrição, que possa propiciar-lhes suporte no sentido de informá-los sobre a escolha de alimentos e treiná-los para o preparo de alimentos isentos de glúten, uma vez que a aceitação do tratamento está condicionada ao esclarecimento inicial sobre a necessidade da dieta e sobre a implicação prática da aderência ou não ao tratamento.

Os alimentos para dietas com restrição de proteínas devem ser totalmente isentos do componente associado ao distúrbio. No caso em estudo, a criação de alimentos para fins especiais requer a substituição do trigo por outros ingredientes. Entre as alternativas disponíveis, destaca-se o uso de fibras solúveis como o Psyllium – Plantago ovata .

O psyllium reduz os níveis de glicose pós-prandial e a sensibilidade da insulina, o que foi comprovado pelo teste oral de tolerância à glicose (TOTG). Trata-se portanto, de um produto importante para o controle do diabetes (SONG, 2000). Ademais, a utilização dessa fibra também se relaciona ao controle do colesterol em humanos e está sendo utilizada como suplementação terapêutica de fibra viscosa para evitar a intervenção farmacológica (JENKINS, 2003).
Atenção ! Se você é celíaco procure um nutricionista para ajustar sua alimentação!!!

Por:  Dra. Martinilsa Rodrigues

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