Piauí e Bahia lideram em número de empregadores na Lista Suja do Trabalho Escravo no Nordeste

O Piauí e a Bahia dividem o primeiro lugar do Nordeste em número de empregadores que submeteram pessoas a condições análogas à de escravidão, segundo a Lista Suja do Trabalho Escravo do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), atualizada neste mês de outubro.

Os estados tiveram 14 novos nomes adicionados à lista, ficando, ambos, em 4º lugar em relação a todos os demais estados brasileiros, atrás somente do Pará (17), São Paulo (32) e Minas Gerais (37). A lista nacional teve sua maior atualização da história, com 204 nomes adicionados.

No Nordeste, os estados ficaram à frente do Maranhão (13), Ceará (5), Pernambuco (4), Rio Grande do Norte (3), Alagoas (3), Paraíba (2) e Sergipe (2). No total, o Piauí chegou a 31 patrões condenados pela prática, sendo quatro deles reincidentes.

Isso porque o levantamento é atualizado duas vezes no ano. A primeira atualização de 2023 foi em abril, quando o Piauí ocupou o 3º lugar do Brasil em número de empregadores na Lista.

Os nomes só são adicionados ao cadastro após a conclusão do processo administrativo que julgou o caso, com uma decisão sem possibilidade de recurso. E retirados em caso de novas decisões judiciais ou por completarem o período de dois anos. No caso do Piauí, um nome deixou de compor a lista.

Resgates de trabalhadores

Trabalhadores resgatados faziam as refeições no chão, no meio do mato — Foto: Ascom MPT

No fim de setembro, 17 trabalhadores foram resgatados em Castelo do Piauí, a 190 km de Teresina. Eles estavam atuando em uma cadeia produtiva da carnaúba, sem instalações sanitárias adequadas.

No local, a cozinha era usada como dormitório, as refeições armazenadas em baldes e os trabalhadores comiam no chão, no meio do mato.

No mês anterior, agosto, um grupo de 31 trabalhadores foi resgatado em uma propriedade localizada na zona rural de Nazária, a 34 km da capital. Entre eles, havia um adolescente.

Até o momento, pouco mais de 140 trabalhadores foram resgatados de condições análogas à de escravidão no Piauí, neste ano.

Onde estão esses estabelecimentos

A maioria dos empregadores que aparecem na lista são de zonas rurais. Segundo a Divisão de Fiscalização para a Erradicação do Trabalho Escravo (Detrae), essa é uma confirmação de que o campo lidera os casos de trabalho análogo à escravidão.

Em abril, os estabelecimentos estavam localizados em 19 municípios piauienses. Com a atualização, 26 cidades têm locais de trabalho citados na lista. Elas são: BarrasFlores do PiauíCanto do Buriti, Castelo do Piauí, São José do PeixeSão João da SerraCristino CastroMarcolândiaItaueira

… Isaías CoelhoBatalhaCampo MaiorAltosJatobá do PiauíCurraisAntônio AlmeidaAmaranteSanta Cruz do PiauíBuriti dos LopesAlvorada do GurguéiaPiracurucaMonsenhor GilParnaíbaPalmeira do PiauíColônia do Gurguéia e Patos do Piauí.

Por Redação do Sobral Pop News/ Fonte: G1/PI

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