Exército abre mão de fiscalizar armas importadas até o fim do governo Bolsonaro

SEM FISCALIZAÇÃO ❌

O Exército abriu mão de fiscalizar armas de fogo, munições e coletes fabricados no exterior pelo menos até o fim do atual governo de Jair Bolsonaro (PL). A inspeção dos militares sobre os chamados produtos controlados importados deveria recomeçar em setembro, mas uma portaria interna da Força adiou a retomada do procedimento para 1º de janeiro.

Como mostrou o Estadão, o Exército abriu uma consulta pública para acabar definitivamente com a fiscalização desses produtos importados. A iniciativa atendia ao lobby dos colecionadores de armas, atiradores esportivos e caçadores (CACs), mas revoltou a indústria bélica nacional que é submetida à fiscalização e reclamou da falta de isonomia.

A vistoria nacional, que atesta qualidade e segurança dos produtos fabricados fora do País que serão utilizados em território nacional, é considerada rigorosa por tratar qualquer produto como se fosse um protótipo, ainda que produzido por marcas renomadas. O processo acaba sendo mais lento do que o realizado no exterior. Uma portaria assinada pelo chefe do Estado-Maior do Exército, general Valério Stumpf Trindade, publicada no boletim da instituição, prorrogou a liberação de fiscalização no País até o começo de janeiro. O movimento foi visto no mercado bélico como uma forma de ganhar tempo para uma solução intermediária.

Em nota ao Estadão, a Taurus, maior fabricante nacional, afirmou que o fim da exigência de certificação aos importados acaba com a isonomia do mercado e fere a Constituição. Caso a proposta do Exército entre em vigor, a empresa pretende interromper parte da produção brasileira.

As reclamações sobre a indústria nacional de armas costumam aparecer entre apoiadores do presidente Jair Bolsonaro. O filho do presidente, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), já usou suas redes sociais para exibir marcas e modelos de armas estrangeiras e elogiar a qualidade dos equipamentos.

Por Redação do Sobral Pop News/ Fonte: Estadão

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