Estudo com alunos da rede municipal de Fortaleza revela maioria assintomática para a Covid-19

Qual a prevalência da Covid-19 em crianças, adolescentes e adultos estudantes da rede municipal de Fortaleza durante as aulas remotas? Essa foi uma das dúvidas que, em 2020, motivaram um estudo conduzido por pesquisadores da Universidade Estadual do Ceará (Uece) e, agora, tiveram conclusões divulgadas na revista científica internacional Elsevier. Segundo o relatório, foi descoberto que a maioria dos jovens eram assintomáticos e em todas as faixas etárias estudadas foi detectado potencial de transmissibilidade da infecção. 

Wemmenson Gonçalves, pesquisador que trabalha no laboratório de Biotecnologia e Biologia Molecular da Uece, um dos que assinam o estudo, explica que isso significa que, independentemente de estar ou não em sala de aula, crianças e adolescentes continuam sendo infectados e transmitindo a doença. E isso acontece porque, mesmo estudando remotamente, esse grupo continua em contato com outras pessoas que, por diferentes motivos, mantêm contato social e, consequentemente, a exposição ao vírus

“O retorno às aulas [no segundo semestre letivo], o retorno seguro, deve ser melhor pensado”, destaca o pesquisador. Tanto, segundo ele, devido ao rigor e ao cumprimento dos protocolos sanitários, quanto à própria dinâmica da pandemia. Dessa forma, ele propõe que, no retorno híbrido, haja um acompanhamento semelhante, de testagem massiva, para dimensionar o potencial de transmissão da Covid-19 nas escolas e, a partir daí, definir se mantém ou não as aulas presenciais. 

O estudo feito ano passado resultou de uma parceria entre a Uece, o Instituto do Coração da Criança e do Adolescente (InCor Criança), a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) e a Secretaria Municipal da Educação (SME). Para este ano, Gonçalves disse que a universidade ainda não conseguiu firmar nova parceria, mas que segue em negociação com a Prefeitura. 

Os testes, inclusive, segundo ele, podem ser feitos quinzenalmente com a tecnologia de baixo custo produzida e divulgada recentemente pela universidade estadual.  

ASSINTOMÁTICOS 

De acordo com a pesquisa acadêmica, no momento da avaliação, ano passado, das 1.277 crianças e adolescentes analisados, a maioria (73,7%) era assintomática, ou seja, tinha a doença, mas não manifestava sintomas.  

Já os demais (26,3%) desenvolveram febre (16,2%), perda de paladar (11,5%), perda de olfato (10,9%), cefaleia (9,5%), tosse seca (8,1%), dor de garganta (7,8%), dores musculares (5%), coriza (4,8%), dificuldade de respirar (2,8%), diarreia (2,8%), fraqueza física (2,2%), vômitos (1,7%), dor no peito (0,6%), urticária (0,6%) e alteração na pele (0,3%). 

Por Redação do Sobral Pop News com Emily Aragão / Fonte: Diário do Nordeste

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