FLORESTA AURORA | É um lugar-comum atribuir o surgimento de clubes negros pelo Brasil, a partir do final do século 19, à proibição da entrada de pessoas negras em organizações frequentadas por brancos.
Conforme a pesquisadora Giane Vargas, professora da Unipampa (Universidade Federal do Pampa), a história do Rio Grande do Sul é ainda mais cruel do que isso. “Não frequentar espaços ocupados por brancos era algo tão posto que não era sequer problematizado.
Clubes negros como o Floresta Aurora surgiram foi das necessidades básicas dessas pessoas”, diz. Prestes a completar 150 anos, é o clube social negro mais antigo do Brasil encontrado na pesquisa de mestrado de Vargas.
A dissertação, intitulada “Clubes sociais negros: lugares de memória, resistência negra, patrimônio e potencial”, mapeou mais de 200 instituições desde o século 19 no país. No caso da Sociedade Cultural Floresta Aurora, hoje localizada no bairro Belém Novo, em Porto Alegre, a necessidade era arrecadar dinheiro para dar um fim digno ao corpo de pessoas escravizadas, até então enterrados em valas rasas.
Algumas vezes, tratavam-se de pais de homens e mulheres negros já alforriados.
Por Redação do Sobral Pop News, com Jessé Júnior. Fonte: folhadespaulo