Tartarugas são encontradas encalhadas após o surgimento de manchas escuras nas praias do Ceará

Cinco tartarugas marinhas foram encontradas encalhadas nas praias do Ceará afetadas por manchas escuras de uma substância que surgiu no litoral do Nordeste. Segundo o Instituto Verde luz, apenas um dos animais sobreviveu ao encalhe.

Desde o início de setembro, houve encalhes nas seguintes praias do estado:

  • Sabiaguaba;
  • Taíba;
  • Flecheiras;
  • Serviluz;
  • Jericoacoara.

O surgimento das manchas escuras tem surpreendido banhistas em pelo menos 43 praias do Nordeste. Desde o início de setembro, a substância é vista em oito dos nove estados da região. No Ceará, as substâncias foram vistas nas praias do Futuro, Porto das Dunas e Sabiguaba, em Fortaleza; Cumbuco, na Região Metropolitana da capital; de Fortim, no Litoral Leste; e Paracuru e Mundaú, no Litoral Oeste.

Após o surgimento das manchas, os 20 municípios que integram o litoral do Ceará receberão sobrevoo de helicópteros e drones da Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace) para exame da extensão das manchas escuras que surgiram nos últimos dias. A decisão foi tomada após reunião de órgãos ambientais na sede da Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema), na manhã desta quarta-feira (25).

“Estamos planejando utilizar o helicóptero para fazer um sobrevoo ainda essa semana. Ele será utilizado para identificar se há dispersão no mar, e os drones para ver como está o litoral mais próximo da praia”, explica Carlos Alberto Mendes, superintendente da Semace.

Cidades do litoral cearense serão alertadas sobre mancha que atinge praias do Nordeste — Foto: Arquivo pessoal

Cidades do litoral cearense serão alertadas sobre mancha que atinge praias do Nordeste — Foto: Arquivo pessoal

Levantamento da área afetada

Conforme Miller Holanda, chefe da Divisão Técnico-Ambiental do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) no Ceará, a partir do levantamento visual será possível ter expectativa mais precisa de quantos dias o problema ainda pode ainda perdurar. “Por enquanto, não dá para prever. O certo é que vamos ficar em alerta enquanto tiver isso chegando às praias”, assegura.

Além dos sobrevoos, será feita a coleta da água do mar e do solo das praias de todos os municípios. As substâncias serão analisadas pelo Núcleo de Tecnologia Industrial do Ceará (Nutec) e pela Universidade de Fortaleza (Unifor).

“Não existe uma centralização das ocorrências. Para evitar desencontro de informações, vamos visitar todos os municípios do litoral. Aqueles que não foram afetados serão prevenidos do que pode acontecer. Passaremos instruções básicas de como realizar o atendimento”, explica Miller Holanda.

Investigação

De acordo com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), equipes da instituição têm atuado na coleta e na análise do material para identificar como ocorreu e quem é o responsável pelo descarte. A prática é considerada crime ambiental, com multa que varia de R$ 50 a R$ 50 milhões.

Em nota, a Marinha do Brasil afirma que, ao ter conhecimento do aparecimento das manchas, “em suas respectivas áreas de jurisdição, as Capitanias dos Portos deslocaram equipes de Inspeção Naval aos locais e constataram a concentração de uma substância de cor preta na areia das praias”.

G1 Ceará

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