Jovens driblam dificuldades para seguir carreira na música erudita

Uma das participantes é Mírian Cruz, de 16 anos. O interesse pela arte ocorreu por influência de dois irmãos, que são músicos e decidiram montar o projeto Acordes Mágicos para ensinar jovens do Bairro Novo Mondubim, em Fortaleza, a tocar.

Mírian já havia se aventurado a tocar flauta transversal, mas foi no violoncelo que se encontrou. “Pra mim, tocar foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida. É o que eu quero fazer pelo resto da vida”, dimensiona.

Junto com primos e outros irmãos, a jovem montou um conjunto artístico que se apresentou no festival nesta semana. Segundo Mírian, a música possibilitou um contato mais próximo com os familiares. “Eu era muito fechada, mas depois que comecei a tocar com eles, eu mudei. Pra mim, ficou mais fácil me relacionar com as pessoas”, insere.

A música também está presente desde muito cedo na vida de Evaneto Melo. Desde criança, ele demonstrava interesse em aprender a tocar flauta, o que motivou os pais a matriculá-lo em um conservatório.

Logo o interesse pela flauta transversal surgiu. Hoje, aos 14 anos, o jovem é estudante do curso técnico de Música da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Um orgulho para ele, já que normalmente os alunos chegam nessa escola a partir dos 16 anos.

Apesar da pouca idade, Evaneto tem certeza que quer seguir carreira na música. “Eu decidi ser músico e tenho prazer em dizer isso. Sonho em um dia poder tocar na Orquestra Filarmônica de Berlim. Meu desejo é transmitir para as pessoas o sentimento de que a música é algo bom”, determina.

Aos poucos, os desejos do adolescente vão se desenhando. Pela primeira vez no Festival Eleazar de Carvalho, ele já foi selecionado para integrar a orquestra que se apresenta no encerramento do evento.

Para Evaneto, é uma oportunidade de mostrar o próprio talento e de compartilhar experiências com outros músicos. “Eu fiquei muito honrado, porque eu gosto de tocar em orquestra. É uma massa de som muito grande, algo muito vivo”, descreve.