Associado à alta renda, golfe busca popularidade e adeptos no Ceará

Estratégia, concentração, tacada precisa e impecáveis campos verdes. Esses são alguns dos muitos elementos que compõem a atmosfera do golfe. Apesar de se tratar de um esporte cheio de especificidades, encanta praticantes e vai ganhando novos adeptos.

Criado no século XV, o esporte se consolidou na Europa e na Ásia e segue dando os primeiros passos para a popularização no Brasil. O golfe ainda é muito associado à condição financeira elevada e, com isso, a prática sofre com falta de adeptos no País: cerca de 25 mil contra 26 milhões dos EUA, por exemplo.

Ainda que discreto, o esporte vem ganhando adeptos no Brasil e na América Latina. É ilusório acreditar que a prática possa se tornar massiva, como o futebol, mas é possível crer no crescimento constante da base de praticantes, principalmente após o retorno do esporte aos Jogos Olímpicos.

O diretor da Federação Pernambucana de Golfe, Henrique Belém, que gere o esporte também no Ceará, relembra a história da modalidade em Fortaleza. “Na realidade, o golfe chegou em 2005 no Ceará, no Parque do Cocó. Em termos oficiais, o golfe só apareceu em março de 2009, quando nós, do Aquiraz Riviera, fizemos disputas. A 1ª disputa foi entre Ceará e Pernambuco”.

O Ceará ainda não possui um órgão próprio da modalidade. Isso porque não há nem 200 atletas no Estado, número mínimo para a criação de uma entidade esportiva, o que fez com que fosse criada uma entidade junto a Pernambuco e Paraíba. Ao todo, a Confederação Brasileira de Golfe (CBG) é formada por oito federações. “Nós somos menos de 100 (federados), atualmente. Somos cerca de 150 jogadores. Mas esse número está longe daquilo que deveria. Em termos de Nordeste estamos na média, em termos de São Paulo e Sul, não. No Brasil somos cerca de 15 mil federados, e praticantes somos cerca de 25 mil”, diz Henrique.

O Brasil possui aproximadamente 110 campos de golfe, o Ceará reúne três – Golf Ville Resort, Catu Lake e Aquiraz Riviera. Com 100 anos de tradição no país, o golfe brasileiro ainda segue em crescente: há 15 anos eram em média 80 campos. O número de golfistas praticamente dobrou, e hoje gira em torno de 25 mil. A vizinha Argentina, por exemplo, conta com quase 300 campos e mais de 100 mil golfistas.

Crescimento promissor

Apaixonado pelo esporte desde jovem, Mário Rios, presidente da Federação Pernambucana de Golfe e também atleta profissional, teve o primeiro contato com o golfe por intermédio do irmão mais velho. “Passei vergonha três aulas e não conseguia acertar na bola. Perseverei e quando acertei a primeira bola, entendi o lance do golfe. Não parei nunca mais. É estratégia, cada campo tem sua história, sua característica”, relembra.

Para Mário Rios, o golfe ainda sofre problemas de popularização no Brasil. “As pessoas acham que é um esporte de rico. Tenho sorte de ter nascido em Recife, que é uma capital que tem campos de golfe. O grande lance do futebol é que você pode jogar em qualquer lugar”.

Apesar do ainda restrito acesso aos equipamentos necessários para a prática, o golfe encontra espaços para se desenvolver no País. O golfista atribui o fato ao surgimento de ídolos do esporte e a aproximação por conta da volta aos Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro, mas deixa um alerta: “Ainda estamos em busca do nosso Guga. A questão do ídolo é importante para trazer mais praticantes”.

FONTE: DN

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