“Tenho um câncer terminal mas não estou morta”

Aos 36 anos, a jornalista Ana Michelle Soares convive com câncer desde 2011. A doença hoje é incurável. Ela criou uma conta no Instagram, o @paliativas, onde fala sobre sua condição de uma forma única — direta e cheia de vida. Veja um trecho da entrevista a seguir.

Por que expor sua condição de saúde nas redes sociais? Tive a ideia com uma amiga minha, a Renata, portadora de um câncer semelhante ao meu. A intenção é mostrar que não sou invisível. Tenho um câncer terminal, mas não estou no leito de morte. Não venci a doença, mas não morri. Estou bem. E agora? As pessoas têm obsessão pela cura.

Os médicos também têm essa obsessão? Em termos. Aprendi ao longo desses oito anos que os oncologistas não são preparados realmente para dar notícias ruins. Ou são duros demais ou camuflam a verdade. Para minha amiga, por exemplo, quando soube que o câncer tinha se tornado metastático, o médico lhe deu menos de um ano de vida. Mas a Renata viveu, e muito bem, por mais tempo. Comigo aconteceu o contrário. Os médicos não tinham coragem de me dizer a verdade. Eles me deixaram ter esperança de cura quando isso já não era mais possível. Pensei em fazer transplante de fígado, o primeiro órgão afetado pelo câncer de mama, no momento em que o procedimento não resolveria nada. Recomendaram que eu congelasse óvulos quando já estava com o tumor metastático. Eu congelei! Para quê? Não vou mais engravidar… Eles têm de ser menos robóticos e aprender a lidar mais com o doente e menos com a doença.

Leia aqui a entrevista completa.

Por: Mariana Sousa com fonte da VEJA.COM

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