Policial penal é encontrado morto após matar colega em presídio no Ceará

Um policial penal foi encontrado morto após ter assassinado um colega durante o trabalho no presídio de Pacatuba, na Região Metropolitana de Fortaleza. O caso ocorreu na madrugada deste sábado, 6, e as causas das mortes estão sendo investigadas.

Um agente teria atirado diversas vezes contra um outro, que era escrivão durante a madrugada. O autor do homicídio, teria deixado a unidade, sendo encontrado morto na Praia de Iracema, pouco tempo depois. Ele teria cometido suicídio.

Em nota à imprensa, o Sindicato dos Policiais Penais e Servidores do Sistema Penitenciário do Ceará (Sindppen-Ce) lamentou as mortes. Ainda alertou sobre as condições de trabalho dentro das unidades penitenciárias.

Segundo o Sindppen, as licenças médicas para policiais penais “bateram recorde” nos últimos meses e “os atestados médicos são constantes e muitos policiais penais estão doentes com problemas psicológicos”. O sindicato pediu ainda para que os nomes dos agentes não fossem revelados para não atrapalhar nas investigações.

O POVO entrou em contato com a Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) e que confirmou e lamentou o falecimento dos policiais penais. “A SAP comunica que as investigações sobre o caso já foram iniciadas, mas que os primeiros indícios sugerem um homicídio seguido de suicídio. A pasta entende o nível de responsabilidade da categoria e toma todas as medidas necessárias para a prevenção e cuidado da saúde física e mental dos policiais penais cearenses.”

Confira trecho da nota da SAP

O setor de atendimento psicossocial da Secretaria mantém um profissional psicólogo em cada unidade prisional do Estado a disposição dos agentes. Além disso, os policiais penais contam com um serviço de plantão psicológico com funcionamento ininterrupto durante os 7 dias da semana.

Por fim, a SAP informa que o Sindicato da categoria tem acesso normal nas unidades prisionais e que o atual sistema prisional do Ceará devolveu os espaços de autoridade e respeito aos policiais penais. As regalias e exigências do crime encerraram e foram substituídas pela autonomia e gerência de cada policial penal em seus locais de trabalho.

O que antes era apreensão e desrespeito hoje se transformou em aumento do efetivo, aquisição de equipamentos, cursos de qualificação, ações sociais e terapêuticas e, principalmente, o papel do agente do Estado como mantenedor legítimo do sistema penitenciário do Ceará

Confira trecho da nota à imprensa da Sindppen

O Sindicato dos Policiais Penais e Servidores do Sistema Penitenciário do Estado do Ceará (Sindppen-Ce) lamenta a morte de dois policiais durante o trabalho nesta madrugada de sábado na Penitenciária Francisco Hélio Viana de Araújo em Pacatuba.

Segundo informações da categoria, um policial penal teria tido um surto psicológico e atirado contra o colega. Saiu da unidade e realizou suicídio nas imediações da Praia de Iracema.

A direção do Sindppen-Ce tem chamado atenção da sociedade sobre as condições de trabalho nas unidades penitenciárias que tem tido assédio moral como uma constante nas relações de trabalho. Este fato está levando a um alto número de licenças médicas e desde o ano de 2020, já ocorreu quatro suicídios envolvendo policiais penais.

A direção do Sindppen-Ce publicou uma cartilha sobre “Trabalho decente” para o Dia do Servidor, mas encontra-se o livro com acesso as unidades prisionais cerceado devido ao posicionamento público acerca de um vídeo sobre os excessos durante um treinamento de policiais penais.

Para a direção da entidade, as licenças médicas bateram recorde. Os atestados médicos são constantes e muitos policiais penais estão doentes com problemas psicológicos.

Houveram muitos avanços no estado na questão da infraestrutura do sistema penitenciário, desde 2016 aumentou mais de R$ 100 milhões no orçamento da SAP, segundo o diretor do Sindppen-Ce, Alex Araújo. Com isso, foi criado o fundo penitenciário. Investiram em novas viaturas, avançaram na questão da disciplina dos presos e no controle das facções. Contudo, na questão do tratamento dos servidores do sistema, temos um retrocesso que, nunca antes, dentro do sistema penitenciário cearense, havia ocorrido.
Isso é o retrato de uma visão não humanizada nos plantões das unidades prisionais.

Por Redação do Sobral Pop News com J Oliveira / Fonte: O POVO

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