Há 20 anos, Ceará viveu racionamento de energia elétrica durante oito meses; relembre

A conta de luz ficou mais cara em setembro porque, atualmente, o Brasil enfrenta uma crise energética provocada pelo baixo volume de água nos reservatórios que movimentam as usinas hidrelétricas, principais abastecedores do sistema nacional, segundo a Câmara de Regras Excepcionais para Gestão Hidroenergética (CREG). 

O Ministério de Minas e Energia (MME) diz que o País tem “fornecimento de energia garantido” e não fala em racionamento. Contudo, há 20 anos, entre 2001 e 2002, o Brasil atravessou um longo período de economia de eletricidade por causa da escassez de chuvas.

Programado para 1º de junho de 2001, o racionamento proposto pela Câmara de Gestão da Crise de Energia Elétrica (CGCE) começou a ser planejado em maio. No Ceará, o desligamento da iluminação pública, por exemplo, começou no dia 17 daquele mês.

Órgãos públicos federais, estaduais e municipais determinaram o desligamento de iluminações decorativas e a substituição de lâmpadas incandescentes por fluorescentes. 

Na avaliação do professor do Departamento de Engenharia Elétrica da Universidade Federal do Ceará (UFC), Tomaz Nunes Cavalcante Neto, o racionamento de 2001 “preparou” o terreno para evitar novos colapsos, ainda que a situação atual traga preocupação.

Primeiro, porque o sistema energético evoluiu tecnicamente, com a inserção de novas fontes, como a eólica (da força dos ventos), a biomassa, as pequenas centrais hídricas e a fotovoltaica (solar). “Antes de 2001, nós dependíamos muito mais da água dos reservatórios das hidrelétricas, cerca de 90%. Hoje, essa dependência caiu muito, está em torno de 62%. É uma boa diferença quanto à possibilidade de ocorrer racionamento”, observa o especialista. 

Segundo, porque o fortalecimento do Sistema Interligado Nacional (SIN) facilitou a transferência de eletricidade e a correção de defasagens entre as regiões. Por último, Tomaz destaca que o programa de usinas termelétricas, mesmo com produção seis vezes mais cara, “não deixa de ser um suporte”. 

Por Redação do Sobral Pop News com J Oliveira / Fonte: Diário do Nordeste

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *