O senador eleito Cid Gomes (PDT) tem se dedicado à tarefa de compor bloco no Senado para garantir a indicação à presidência da Casa no próximo mandato. Em entrevista durante a posse do governador do Ceará, Camilo Santana (PT), na terça-feira (1°), Cid disse que há um “sentimento de colocar o Senado como um poder independente”, e o senador Tasso Jereissati (PSDB) “seria um nome que representaria esse sentimento”.
Cid e o irmão Ciro Gomes (PDT), derrotado na disputa pela presidência da República, foram apadrinhados políticos de Tasso no início na carreira. No entanto, desde que Cid assumiu o Governo do Estado, ficaram em lados opostos. Tasso é o nome mais forte de oposição no Ceará. A reorganização de forças nacionais, no entanto, tem indicado uma reaproximação entre os líderes.
“Esse sentimento de colocar o Senado como um poder independente, na posição de poder moderador, de manter a estabilidade do Brasil em um governo de muita imponderabilidade que creio será o governo de (Jair) Bolsonaro; a quantidade de pessoas que tem esse sentimento em comum pode chegar a 50 senadores”, afirmou Cid.
O grupo que o senador eleito tenta compor deve reunir cinco partidos e chegar a 16 parlamentares, segundo ele. Para Cid, a expectativa é chegar ao consenso de uma candidatura “pautada pela independência”. “Isso quer dizer que nem seja a situação automática, de apoio ao governo, nem tenha o comportamento de oposição sistemática, do quanto pior, melhor”, ressaltou.
Apesar de defender o nome de Tasso, o ex-governador não excluiu a possibilidade de candidatura de Renan Calheiros. “Não excluiria ninguém. É um pensamento de unificação, de soma. Quem pensa assim não pode subtrair, não pode excluir”, afirmou.