O vereador de Fortaleza Carmelo Neto (Republicanos), alegando fiscalizar os serviços prestados nas unidades públicas de saúde de Fortaleza e do Governo do Ceará, entrou em consultórios médicos de UPAs na capital cearense e apontou falta de profissionais trabalhando. O Sindicato dos Médicos do Ceará classificou a suposta fiscalização como um ato de “intimidação” da categoria.
Em um vídeo divulgado em rede social, o vereador filma um interior de Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e entra em consultórios. “É difícil, a população fica esperando, reclama da demora”, diz Carmelo Neto no vídeo.
Profissionais que fazem a segurança na UPA afirmam que ele não poderia filmar o interior da unidade, mas ele insiste, alegando “ser pago” para fiscalizar.
‘Inapropriada e intimidadora’
O Sindicato dos Médicos do Ceará disse que as filmagens foram “visitas inapropriadas e intimidadoras” aos profissionais da categoria. “Conforme informações recebidas pelo Sindicato, o parlamentar filmou os consultórios dos profissionais durante suposta fiscalização e sugeriu que os médicos não estariam trabalhando”, registrou o sindicato, em nota de repúdio.
“Através do Departamento Jurídico, o Sindicato encaminhou ofício, nesta sexta-feira (03), ao parlamentar contestando os excessos causados à classe médica, que queixou-se da forma inadequada de como adentrou nos estabelecimentos de saúde. Sem autorização, Carmelo Neto invadiu os consultórios, realizou gravações de vídeo dos funcionários e causou tumulto no ambiente de trabalho”, dia a nota.
O G1 tentou contato com Carmelo Neto e com a equipe do vereador, mas as ligações não foram atendidas.
Para o sindicato, o parlamentar, mesmo na função de fiscalizador das atividades do poder executivo, não poderia ter entrados nos consultórios médicos sem autorização.
“O Sindicato salienta que para ingresso na maioria dos estabelecimentos de saúde existe uma série de protocolos sanitários que precisam ser respeitados e, naturalmente, se exige uma maior cautela quanto à forma de proceder. Por esse motivo, nem mesmo um parlamentar, que supostamente alegue o exercício de uma fiscalização, não poderia simplesmente adentrar nos estabelecimentos de saúde sem autorização, principalmente quando se trata de uma UPA.”
Por Redação do Sobral Pop News com Hernandes Carneiro / Fonte: G1/CE
