Semáforos e praças de Fortaleza recebem girassóis em campanha de prevenção do suicídio

Os motoristas de Fortaleza serão surpreendidos ao passar por semáforos da cidade nesta sexta-feira (27). Os sinais amarelos de equipamentos do entorno da Praça Portugal, no Bairro Aldeota, receberam pictogramas de girassóis, em alusão ao mês de setembro, que marca a prevenção do suicídio em todo o Brasil. A mudança faz parte da campanha nacional “Na direção da vida – Depressão sem Tabu”, que integra o movimento Setembro Amarelo.

A flor foi escolhida para representar a mobilização porque tende a se curvar em direção à luz para ganhar vida. Além dos símbolos nos semáforos, 70 mudas de girassol foram plantadas nos canteiros da praça. Quem transitar pelo local até as 14h desta sexta receberá uma muda de planta ornamental de pequeno porte e folhetos da campanha.

A ação é conduzida pela Associação Brasileira de Familiares, Amigos e Portadores de Transtornos Afetvos (ABRATA), pelo Centro de Valorização da Vida (CVV) e pela área de Medicina Interna da empresa Pfzer. A Prefeitura de Fortaleza é parceira do projeto, por meio da Autarquia Municipal de Trânsito e Cidadania (AMC) e da Autarquia de Urbanismo e Paisagismo de Fortaleza (UrbFor).

A gerente da Central de Monitoramento de Tráfego da AMC, Juliana Coelho, ressalta que cerca de 50 mil veículos serão impactados com as ações na Praça Portugal. “A iniciativa é uma oportunidade de ganhar visibilidade para se ter um diálogo com a sociedade sobre o tema. Como órgão de trânsito, que também zela pela vida, temos o dever de apoiar a causa” , afirma.

Dois totens com QR code irão direcionar a população para o site da campanha Depressão sem Tabu, que conta com informações educativas sobre o tema e dicas de como ajudar alguém que apresente comportamentos de risco.

Depressão e suicídio

A depressão está relacionada com mais de 90% dos casos de suicídio. É uma doença mental que requer tratamento com medicamentos e terapias, explica o psicólogo Alisson Maia. “Não é um estado humoral ou sentimental comum, é um estado patológico e deve ser levado a sério”, afirma. De acordo com o profissional, as pessoas com o transtorno sempre dão sinais, por isso é importante reconhecê-los e, assim, ajudá-las a procurar apoio médico.

No ano passado, a estudante de jornalismo Lorena Pereira foi diagnosticada com depressão, mas já convivia com a doença desde 2016. “Eu passei por crises pontuais, dentro dessas crises eu me reconheci dentro de outra pessoa. Um pequeno monstro tomando conta do meu corpo”, disse.

A jovem foi aos poucos retornando para sua rotina com o tratamento médico. Hoje, ela afirma que a depressão possa ser superada com o apoio da família, dos amigos e, principalmente, de profissionais. “Ir ao médico, tomar os remédios, ver que tem uma solução”, disse. “Hoje me sinto feliz, mas não tem explicação. Só quem passou por essa situação sabe”, completa.

G1 Ceará

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