“Quem não vota também decide resultado de eleição”, Alexandre Garcia

Faltam apenas cerca de três meses e meio para as eleições de outubro. Eleições presidenciais, para governador, para cada estado eleger um senador, seus deputados estaduais e federais. Estou falando isso porque houve agora, no último fim de semana, a eleição na Colômbia. Os votos de quem não votou acabaram elegendo o presidente da República.

Vejam só: 18 milhões de eleitores da Colômbia não se dignaram a sair de casa para manifestar a sua vontade. E, então, 11 milhões elegeram o presidente: pela primeira vez venceu um candidato de esquerda, ex-guerrilheiro do M19, que já foi prefeito de Bogotá – e um mau prefeito –, que não tem maioria – tem só 35% no Congresso – e vai ter dificuldade.

Vejam os números dos votos válidos. A pessoa não foi votar, o voto dela nem vale, nem conta. Mas, no voto que vale, deu 50,46% para Gustavo Petro, e ele foi eleito. Já está pedindo ao procurador-geral para soltar os guerrilheiros presos. O outro candidato, Rodolfo Hernández, de direita, fez 47,28%. Em números, o ganhador teve 11,2 milhões e o perdedor, 10,5 milhões. Os que não votaram e ficaram em casa foram 18 milhões. Ou seja, a soma dos dois candidatos no segundo turno foi quase igual ao número de quem não foi votar.

Então fica aqui algo para a gente pensar. Lá na Colômbia o voto não é obrigatório e 44% dos eleitores não votaram. Assim como no Chile, onde deu Gabriel Boric, também porque quase metade dos eleitores não foi votar. Aqui o voto é obrigatório, e mesmo assim a multa é tão pequena que muita gente prefere ficar no conforto do lar e deixar que outro decida. Mas, depois, sinto muito: quem não foi perde totalmente a razão para reclamar do resultado – ou das consequências do resultado da eleição.

Por Redação do Sobral Pop News, com Jessé Júnior. Fonte: gdopovo

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