MPCE entra na Justiça para que humorista Leo Lins não faça piadas preconceituosas em show em Fortaleza

Léo Lins teve divulgado na última semana um vídeo onde faz comentário jocoso sobre uma criança com hidrocefalia. O pedido do MP incluiu multa de R$ 20 mil por cada menção desrespeitosa a quaisquer minorias feita pelo humorista. A apresentação na capital cearense está marcada para o dia 30 de julho.

O Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE) solicitou à Justiça nesta segunda-feira (11) que proíba o humorista Leo Lins de fazer piadas de cunho preconceituoso contra pessoas com deficiência, idosos e outras minorias. Lins tem show agendado em Fortaleza para o próximo dia 30 de julho. O humorista apareceu em um vídeo fazendo uma piada ofensiva sobre uma criança com hidrocefalia, que viveria no Ceará.

A Ação Civil Pública foi instaurada após uma representação da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) secção Ceará. No pedido, o MPCE pede ainda que a Justiça determine a aplicação de multa no valor de R$ 20 mil por cada menção desrespeitosa a quaisquer minorias que eventualmente seja feita durante o show.

A repercussão negativa do vídeo e do ato levou à demissão de Leo do SBT, emissora onde ele trabalhava. A empresa não quis comentar se o fato tinha relação com a fala do humorista.

A iniciativa da 4ª Promotoria de Justiça de Defesa do Idoso e da Pessoa com Deficiência considerou conteúdos de vídeos divulgados publicamente pelo humorista, nos quais ele profere piadas preconceituosas sobre nordestinos, crianças com hidrocefalia, surdos e pessoas acometidas de mal de Parkinson e gagueira.

O MPCE reforçou que o artigo 4º da Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência estabelece que os estados comprometeram-se a assegurar e promover o pleno exercício de todos os direitos humanos e liberdades fundamentais de todas as pessoas com deficiência, sem qualquer tipo de discriminação por causa de sua deficiência.

Hidrocefalia

A hidrocefalia é uma condição que acontece quando a quantidade de líquido cefalorraquidiano (LCR) ou liquor, como também é conhecido, aumenta no crânio.

Este acréscimo anormal do volume de liquor dilata os ventrículos e comprime o cérebro contra os ossos do crânio, provocando uma série de sintomas que necessitam de tratamento de emergência para prevenir danos mais sérios, segundo o Ministério da Saúde.

A doença é classificada em três tipos:

  • hidrocefalia obstrutiva: quando há um bloqueio no sistema ventricular do cérebro, impedindo que o líquido cefalorraquidiano flua normalmente pelo cérebro e pela medula espinhal;
  • hidrocefalia não-obstrutiva: quando há baixa produção ou absorção do líquido cefalorraquidiano;
  • hidrocefalia de pressão normal: quando há trauma ou doença, e afeta principalmente pessoas idosas. As causas exatas deste tipo ainda não estão definidas.

Conforme o Ministério da Saúde, o tratamento padrão para a hidrocefalia é o implante de uma válvula que drena e redireciona o excesso de líquido dos ventrículos do cérebro para outra parte do corpo.

Outra opção é o terceiro ventriculostomia endoscópica (ETV), procedimento cirúrgico que se concentra em aliviar o acúmulo de pressão de líquido no terceiro ventrículo do cérebro. O procedimento é feito por meio de um “desvio de líquido cefalorraquidiano intracraniano”.

Por Redação do Sobral Pop News / Fonte: G1/CE

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