Mercado é condenado a pagar mais de R$ 15 mil de indenização por oferecer comida vencida aos funcionários

Além do valor da indenização, ex-funcionário também receberá valores descontados indevidamente e insalubridade. Mais de 240 kg de carne podre que seria vendida foi descartada pela vigilância sanitária.

Um ex-funcionário de um supermercado atacadista localizado em Santos, no litoral de São Paulo, receberá mais de R$ 15 mil de indenização por servir alimentação com produtos vencidos. A empresa foi condenada a pagar a quantia por danos morais ao ex-colaborador, além de outros valores

O homem de 48 anos foi contratado como fiscal de loja, sendo responsável pelo monitoramento, fiscalização de pessoas com atitudes suspeitas e conferencia de estoque e notas fiscais. Em denúncia feita à Justiça do Trabalho, ele afirmou que alimentos vencidos eram levados à cozinha do supermercado para serem usados no preparo da comida servida aos funcionários.

Uma testemunha afirmou, em audiência, que pelo menos uma ou duas vezes por semana fazia a refeição dos funcionários com produtos vencidos, geralmente salsicha, hambúrguer e linguiça. De acordo com o relato, muito empregados tinham mal estar depois de consumir as refeições, que não eram servidas aos encarregados e à nutricionista.

Conforme afirmado pelo ex-funcionário, ele tinha que entrar na câmera fria em média cinco vezes ao dia e não possuía Equipamento de Proteção Individual (EPI). Ao ser demitido sem justa causa, teve R$ 1.283,40 descontados do Termo de Rescisão de Contrato de Trabalho (TRCT).

Todas as denúncias foram julgadas em ação trabalhista. A empresa foi sentenciada a pagar um valor total de R$ 25.219,27. O advogado Miguel Carvalho Batista, que representa o ex-funcionário, explicou ao g1 que o cliente receberá R$15.020 referentes à indenização por danos morais e R$ 10.199,27 por adicional de insalubridade e devolução de valor descontado indevidamente.

“A decisão feita pela juíza da 7ª Vara do Trabalho de Santos não foi objeto de recurso pela empresa. Agora, estamos na fase de pagamento”, esclareceu o advogado.

Na época das denúncias feitas pelo ex-funcionário do atacadista, a Vigilância Sanitária esteve no local e encontrou 244 kg de carne vencidas, que seriam vendidas. As peças de carne foram interditadas e descartadas pela vigilância, que também aplicou multa de R$ 10 mil.

Outro lado

Em audiência, um dos encarregados do supermercado alegou que nunca ouviu falar de alguém que passou mal depois de consumir a refeição servida no local. Ele também disse que nunca viu um alimento estragado na cozinha.

O encarregado também disse que os alimentos vencidos eram descartados e que toda a comida preparada na cozinha do mercado é oferecida a todos os funcionários, inclusive aos diretores, que segundo ele, estão constantemente na cozinha.

Sobre a denúncia da falta de EPI para entrar na câmera frigorífica, o encarregado afirmou os funcionários responsáveis por entrar no local usam japona térmica.

g1 tentou contato com o Mercadão Atacadista, porém, até a publicação da reportagem não obteve resposta.

Por Redação do SobralPop News, com Jessé Júnior./ Fonte:g1

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