Luciana Mariano: “Não vou deixar pra lá”, diz pioneira da narração de futebol sobre ataques machistas em redes sociais

“Quando comecei a narrar, em 1997, o ambiente era muito diferente. Naquela época, a pessoa, para me xingar, precisava mandar uma carta. Era tanto trabalho odiar alguém que não dava nem para sentir. Depois que voltei, em 2018, chegou a primeira safra de narradoras.

E o movimento de ódio aumentou, o que passou a me incomodar muito. Sempre que começamos uma transmissão, na ESPN, subimos uma hashtag para que os fãs de esportes participem pelas redes sociais. A interação com eles é muito legal, porque vão comentando com a gente. Mas no meio disso tudo existem centenas de pessoas que entram para odiar.

Uma atividade que me traz tanto prazer, que é narrar futebol, passou a me causar ansiedade. Se fui pioneira lá atrás, é minha responsabilidade não permitir que isso aconteça mais, nem comigo nem com as minhas colegas. Então, me juntei a algumas pessoas que conheço há muito tempo.

São oito advogados e uma psicóloga. E começamos a entrar com os processos. Comecei meio silenciosamente, porque queria entender como funcionava, se ia dar certo.

O que ouvia na maioria das vezes era: ‘Deixa isso pra lá, é só pessoal da internet falando besteira’. Mas não posso deixar pra lá. Isso ecoa na vida das minhas colegas, vai afetar a vida delas. 

Por Redação do Sobral Pop New, com Jessé Júnior. Fonte: vejanoinsta

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