‘Já era tempo de ter uma resposta, mas ainda é preciso saber quem mandou matar’, diz mãe de Marielle

A mãe de Marielle Franco soube da prisão dos dois suspeitos de executar a vereadora e motorista Anderson Gomes, o policial reformado Ronnie Lessa e o ex-PM Élcio Queiróz, quando estava a caminho de um posto de saúde para fazer exames médicos. Marinete Silva se disse aliviada, mas ainda espera descobrir quem mandou matar sua filha.

“A dois dias de completar um ano da morte da minha filha é um alívio saber que a polícia prendeu os suspeitos. Hoje, tenho certeza de que estamos no caminho certo. Já era tempo de termos uma resposta, mas ainda é preciso saber quem mandou matar. A resposta para esse crime está incompleta”, disse.

“Não deixa de ser uma vitória, mas é incompleta. Foi um ano de muita dor, de muito sofrimento. Mas a gente ainda tem esperança de saber o que realmente aconteceu. É lógico que aumenta muito a nossa dor saber que a morte da sua filha foi planejada. Isso torna tudo muito mais doloroso. Nunca perdi a esperança. Agora, precisamos saber o motivo dessa barbaridade toda”, disse.

Em entrevista à rádio CBN, a irmã de Marielle, Anielle Franco, disse que espera que o país pare de passar “vergonha”: “Tomara que, a partir de hoje, a gente consiga respirar e o Brasil pare de passar essa vergonha sem responder durante um ano um crime contra uma mulher que foi democraticamente eleita”.

PM reformado e ex-PM são presos acusados de participação na morte de Marielle e Anderson
Bom Dia Brasil
PM reformado e ex-PM são presos acusados de participação na morte de Marielle e Anderson

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Anistia pede investigação independente

Em nota, a Anistia Internacional voltou a pedir por um “grupo externo e independente de especialistas para acompanhar as investigações e o processo”.

“Essas pessoas devem ser levadas à Justiça para que, em um julgamento que respeite o devido processo, a eventual responsabilidade criminal seja determinada. Agora, mais do que nunca, a Anistia Internacional reitera a necessidade de, como já foi feito em outros países, um grupo externo e independente de especialistas para acompanhar as investigações e o processo. A organização reitera que ainda há muitas perguntas não respondidas e que as investigações devem continuar até que os autores e os mandantes do assassinato sejam levados à Justiça”, diz o texto.

A mãe de Marielle tem um encontro marcado com grupos da Anistia Internacional no Consulado Americano, no fim da manhã desta terça-feira (12).

Operação Lume

Uma força-tarefa da polícia e do Ministério Público prendeu nesta terça-feira dois suspeitos de participar do assassinato de Marielle e de Anderson Gomes:

  • O policial militar reformado Ronnie Lessa, de 48 anos, suspeito de efetuar 13 disparos contra as vítimas
  • O ex-policial militar Élcio Vieira de Queiroz, de 46 anos, suspeito de dirigir o carro que perseguiu o veículo da vereadora

Lessa foi preso em casa, num condomínio na Avenida Lúcio Costa, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste da cidade. Élcio também foi detido em casa, na Rua Eulina Ribeiro, no Engenho de Dentro, na Zona Norte. Informações obtidas pelo G1, Ronnie estava saindo de casa e estava prestes a fugir quando foi preso. Ele e Élcio não resistiram à prisão e nada disseram aos policiais. Eles foram levados para a Divisão de Homicídios, na Barra da Tijuca.

A força-tarefa ainda cumpre 32 mandados de busca e apreensão para apreender documentos, telefones celulares, notebooks, computadores, armas, acessórios, munição e outros objetos. Durante todo o dia, haverá buscas em dezenas de endereços de outros suspeitos.

Ronnie Lessa, apontado como autor dos disparos contra Marielle, e Élcio Queiroz, suspeito de dirigir o carro — Foto: Reprodução/TV Globo
Fonte: G1

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