Estados Unidos terminam retirada de tropas e encerram ocupação de quase 20 anos do Afeganistão

Os Estados Unidos completaram a retirada de suas tropas do Afeganistão nessa segunda (30), um dia antes do prazo limite anunciado pelo presidente Joe Biden. Com isso, encerram a presença militar de quase duas décadas no país asiático, a mais longa guerra de sua história.

O último avião decolou às 23h59 (16h29 em Brasília) do convulsionado aeroporto de Cabul, o que foi confirmado pelo Pentágono no fim da tarde, após uma operação de evacuação de 122 mil pessoas desde 14 de agosto, véspera da tomada da capital pelo Talibã.

O grupo fundamentalista islâmico volta assim ao poder do qual havia sido expulso pela Operação Liberdade Duradoura, que visava puni-lo por te abrigado e protegido a Al Qaeda, rede terrorista que cometeu os atentados de 11 de setembro de 2001 nos EUA.

No Twitter e em entrevistas, porta-vozes do grupo como Zabihullah Mujahid e Qari Yusuf disseram que o Afeganistão se tornou “totalmente livre independente“. Tiros e fogos de artifício tomaram a noite cabulita.
Biden deve falar nesta terça.

O secretário de Estado, Antony Blinken, se pronunciou brevemente e disse que os EUA suspenderam temporariamente sua representação diplomática no Afeganistão, mas que seguiriam conversando com os talibãs.

LONGEVIDADE

Iniciada há 19 anos, 10 meses e 24 dias, a ação consistiu no mais longo engajamento militar americano.
Acabou com uma caótica retirada marcada por fiascos: das imagens de afegão caindo dos céus após se agarrar a um cargueiro C-17 em decolagem ao atentado de quinta (26), que com quase 200 mortos foi o mais letal na capital em toda a guerra.

No último avião, que decolou às 16h29 pelo horário de Brasília, os últimos a embarcar foram o general Chris Donahue, comandante das forças militares do país em solo afegão, e o embaixador Ross Wilson. Ainda assim, o general Kenneth McKenzie, chefe do Comando Central, destacou: “Não retiramos todos os que gostaríamos”.

MORTES

Ao longo das duas décadas, segundo estudo da Universidade Brown (EUA), morreram cerca de 160 mil pessoas (das quais 2.298 soldados americanos, 3.814 mercenários, 1.145 aliados; o restante, afegãos). O custo ficou em US$ 2,26 trilhões, número que o Pentágono coloca na casa de US$ 1 bilhão.

As ações de combate tiveram seu auge de 2010 a 2012, quando cerca de 100 mil soldados operaram no país. Em 2014, elas foram encerradas e apenas uma força residual permaneceu no Afeganistão, transferindo bases e missões para o Exército local.

Essas forças fracassaram redondamente em conter o Talibã, que, após se espalhar pelo país e promover ataques terroristas, aos poucos conquistou espaço pelo interior afegão.

ACORDO DE PAZ

No ano passado, o presidente Donald Trump cumpriu a promessa de desengajar os EUA do que chamava de guerras inúteis e assinou um acordo de paz com os talibãs, acreditando no pressuposto de que o grupo iria negociar seu caminho num governo de coalizão.

Biden foi eleito em novembro e, após assumir em janeiro deste ano, anunciou em abril que cumpriria o acertado -mas sairia até 11 de setembro, não em maio, como o combinado. O Talibã usou isso de desculpa para rasgar sua parte do acordo.

Por Redação do Sobral Pop News com Bruna Taylor JAPA DA NOTÍCIA / Fonte: Diário do Nordeste

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