Em um ano, MPCE denunciou 130 PMs por ligação ao motim no Ceará; número de agentes afastados é maior

Dias antes da pandemia chegar ao Ceará, o Estado era assombrado por outra questão que interferiu no dia a dia da população: o motim protagonizado por parte da tropa da Polícia Militar. A insegurança pairava nas vias públicas com a escalada da violência, enquanto centenas de policiais invadiam batalhões, retiravam viaturas de circulação e se insubordinavam aos preceitos da Instituição. Um ano após o início do movimento, o Ministério Público do Ceará (MPCE) chegou ao número de 130 militares denunciados por ligação direta ou indireta ao motim.

22 deles são acusados de revolta militar em tempo de paz, o crime de maior potencial ofensivo apurado no episódio da paralisação. O promotor da Justiça Militar, Sebastião Brasilino, acredita que o número de denunciados seria ainda maior neste um ano, caso a pandemia não tivesse interferido para dilação dos prazos de conclusão de muitos inquéritos militares. Com isso, nos próximos meses, a quantidade de acusados tende a aumentar.

365 dias depois, 246 agentes identificados por participação no motim continuam afastados e respondendo a processos administrativos disciplinares, conforme a Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema Penitenciário (CGD). Todos os casos estão em fase de instrução processual, “além disso, existem investigações em curso, que podem resultar em novos processos disciplinares”, também de acordo com a Controladoria.

Além do que aconteceu com os PMs envolvidos no protesto, fica o questionamento de como e se foram finalizadas as investigações de cada um dos 321 Crimes Violentos Letais e Intencionais (CVLIs) contabilizados no período do motim, de 18 de fevereiro a 1º de março de 2020. As autoridades conseguiram encontrar cada um dos envolvidos nas mortes violentas? Desde o dia 1º de fevereiro deste ano até ontem a pergunta não foi respondida pela Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS).

Por Redação do Sobral Pop News com informações do Diário do Nordeste

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