A clínica Tavistock & Portman, do serviço público de saúde do Reino Unido e única autorizada a fazer tratamentos de transição sexual, será fechada em 2023. A decisão foi tomada após um processo movido contra a clínica por Keira Bell, uma mulher que se arrependeu de ter feito cirurgia e de tomar hormônios durante a adolescência.
“Quanto mais a transição avançava, mais eu percebia que não era homem, e jamais seria”, disse Keira Bell, oito anos após o início do tratamento, conforme publicou a National Review. “À medida que amadureci, percebi que a disforia de gênero era sintoma da minha tristeza em geral, não a causa”, completou.
Bell iniciou a transição sexual com 16 anos, após passar por três consultas médicas e receber o diagnóstico que hoje ela contesta. “Eu teimava em dizer que queria a transição. Era o tipo de coisa tipicamente adolescente. O fato é que eu era uma menina insegura com meu corpo, que foi abandonada pelos pais, que se sentia alienada dos amigos, que sofria de ansiedade e depressão e que tinha dificuldades com a orientação sexual”.
Em 2020, Bell processou o sistema de saúde público britânico (NHS) sob a alegação de que a equipe médica que a atendeu deveria ter questionado sua decisão, ainda na adolescência, de fazer a transição do sexo feminino ao masculino.
Os advogados dela defendem que menores de idade não estão aptos a consentir com o próprio tratamento com bloqueadores hormonais, que restringem os hormônios ligados a mudanças no corpo durante a puberdade, como a menstruação ou o surgimento de pelos faciais, ou para a transição de gênero.
Por Redação do Sobral Pop News, com Jessé Júnior. Fonte: gazetadopovo
