Cerca de 40 refugiados venezuelanos estão vivendo em condições de vulnerabilidade extrema no Centro de Fortaleza. No grupo há mulheres grávidas, crianças e adolescentes. Segundo a Comissão de Direitos Humanos da OAB-CE, que acompanha o caso, eles estão necessitando de comida, colchões, roupas e outros itens básicos. Uma reunião na manhã desta quarta-feira (22) com a vice-governadora do Ceará, Izolda Cela, discute a situação dos imigrantes.
Eles estão vivendo em quartos alugados no Centro desde que chegaram à capital, de ônibus, no último dia 16. Segundo a presidente da comissão da OAB, Virgínia Porto, os imóveis estão “em péssimas condições” e a situação é preocupante.
“Eles estão divididos em seis quartos de dois imóveis antigos com a cobertura danificada. Não têm roupas, nem colchões e nem lençóis”, relata.
Para pagar o aluguel dos quartos, que custam de R$ 15 a R$ 20, os adolescentes do grupo pedem ajuda nos cruzamentos de trânsito da cidade.
A presidente da comissão afirma que foram levados mantimentos para eles, mas o arrecadado não foi suficiente, diante da precariedade em que se encontram.
Crise humanitária
Os imigrantes são de uma comunidade indígena que vinha sofrendo com a crise humanitária na Venezuela. Ao deixar o país de origem, eles adquiriram a condição de refugiados e conseguiram chegar a Belém/PA, onde receberam uma promessa de trabalho, mas não permaneceram porque as condições eram análogas à escravidão.
A comunicação com o grupo também é difícil, segundo Porto, já que a maioria fala apenas um dialeto indígena. “São muitas crianças doentes, as mulheres estão quase todas grávidas e não são vacinadas, porque são indígenas que vieram dessa comunidade agrícola”, acrescentou a presidente da comissão.
Representantes da Pastoral do Imigrante também participam do encontro com a vice-governadora nesta quarta.
G1 Ceará