Lucas 22: 14 – 20.
“E disse-lhes: Tenho desejado ansiosamente comer convosco esta Páscoa, antes do meu sofrimento” (V. 15).
A última páscoa válida no contexto daquilo que ela representa na Bíblia, foi comemorada por Jesus e Seus discípulos, um pouco antes de Seu sofrimento e morte. Nessa ocasião, Jesus fez três coisas fundamentais que nos ajudam a compreender o verdadeiro significado dessa festividade que era comemorada pelo povo judeu e israelita.
- Jesus comemorou a Páscoa – Ao participar dessa festa, Jesus a validou e confirmou sua importância e significado. Para compreender então seu significado e importância, precisamos conhecer sua origem.
O povo de Israel estava escravizado no Egito. Deus chamou Moisés para liderar sua retirada rumo à terra prometida. Com a recusa do Faraó de permitir a esse êxodo da nação escrava, o SENHOR, através de Seu servo Moisés, mandou dez pragas que atingiu todo o Egito. A última praga seria a morte de todos os primogênitos do Egito. Mesmo os Israelitas poderiam ser atingidos, caso não seguissem as devidas instruções. Eles deveriam matar um cordeiro e espargir o sangue nas ombreiras das portas. Cada família deveria fazer isto, do contrário o primogênito morreria. O cordeiro morria em lugar do primogênito, e seu sangue era derramado na entrada da casa de cada família. O cordeiro simbolizava o Messias que um dia morreria em lugar do homem. Seu sangue seria derramado e seria a única salvação para aqueles que o aceitassem. O sangue espargido nas ombreiras das portas de cada israelita é o sangue de Jesus simbolizado, que nos dá vida. Os egípcios o rejeitaram, e em cada casa havia um primogênito morto. Esse será o resultado final para cada ser humano que rejeita a única forma de salvar-se no dia final. O cordeiro morto foi o alimento dos israelitas em suas moradas e representava o pão da vida (João 6: 48).
- Jesus transformou a Páscoa – Ele sabia o que significava a Páscoa bem como seu cumprimento. Sabia que era chegada a hora de o verdadeiro cordeiro pascal morrer e derramar seu sangue em prol dos pecadores arrependidos. Naquela última Páscoa, reunido com Seus discípulos, Ele precisava, doravante, mudar o rumo da história. Com Sua morte não haveria mais a necessidade de se matar cordeiros, de derramar o sangue daquelas inocentes criaturas em lugar de pecadores arrependidos. Agora era o sangue do Mestre, o “Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”. João 1: 29.
Jesus apresenta aos Seus discípulos uma nova maneira de comemorar a Páscoa. Não mais com a morte de cordeiros, mas com uma cerimônia que passou a ser conhecida como Santa Ceia. Ali o Mestre os ensinou a cerimônia da humildade, o lava-pés. (João 13: 4 – 11). Ele mesmo deu o exemplo lavando os pés dos Seus discípulos, mesmo daquele que o havia de trair e daqueles que o abandonariam no momento da prova. Sendo o Rei do Universo, fez-se servo. Substituiu a carne do cordeiro, pelo pão não fermentado e o sangue do cordeiro pascal, pelo suco puro da uva. “Porque eu recebi do SENHOR o que também vos entreguei: que o SENHOR Jesus, na noite em que foi traído, tomou o pão; e, tendo dado graças, o partiu e disse: Isto é o meu corpo, que é dado por vós; fazei isto em memória de Mim. Por semelhante modo, depois de haver ceado, tomou o cálice dizendo: Este cálice é a nova aliança no meu sangue; fazei isto em memória de Mim. Porque todas as vezes que comerdes este pão e beberdes o cálice, anunciais a morte do SENHOR, até que Ele venha”. I Coríntios 11: 23 – 26.
- Jesus deu novo significado para à Páscoa– A Santa Ceia tem duas funções fundamentais:1. Lembrar-nos o que Cristo fez por nós na cruz do calvário para salvar-nos. Isto já cumpriu; 2. Lembrar-nos da promessa que nos fezde um dia voltar para nosresgatare, enfim, juntos participarmosda Ceia que tem preparada para nos receber em Seu reino eterno.
A páscoa, portanto, perdeu seu significado original, na morte de Jesus. Ali o verdadeiro cordeiro foi morto, cumprindo-se todas as figuras que apontavam para esse acontecimento. A cruz foi o fim de todas as cerimônias que apontavam para Sua morte. Mas foi também o princípio de uma nova história. Se a páscoa representava a esperança para israelitas e judeus, agora a Santa Ceia, representa a esperança de todos os cristãos. Todos aqueles que esperam encontrar o Cristo ressuscitado, ressurreto e prestes vir, em glória, numa nuvem, com poder e grande glória para resgata-los.
A Páscoa que o mundo comemora hoje, com coelhos e ovos de chocolate, representam unicamente a ambição e o egoísmo daqueles que se aproveitam destes símbolos sagrados para benefício próprio. Biblicamente, não representa nada! Assim sendo, desejo que busquemos na Palavra de Deus o verdadeiro conhecimento, necessário para nosso preparo para um dia participarmos da Ceia que o SENHOR tem preparada para nos receber em Seu reino. (Lucas 22: 16 –18; 28 – 30).
Por Lindomar J. M. Spíndola Rodrigues do Sobral Pop News
