Baleado em massacre recebe alta e vai à escola em Suzano: ‘Se deixar parar a vida, eles conseguiram o que queriam. E não vão conseguir’

O estudante Leonardo Vinicius Santana, de 16 anos, reviveu os passos dentro na Escola Estadual Professor Raul Brasil, em Suzano, nesta segunda-feira (18). Baleado durante o massacre na quarta-feira (13), ele retornou à unidade de ensino para buscar o material escolar que ficou no prédio e disse que ainda não sabe se irá continuar os estudos no local, mas que não vai desistir dos seus sonhos: ‘Se deixar parar a vida, eles conseguiram o que queriam. E não vão conseguir. De nenhum de nós”, enfatizou.

Leonardo é um dos 11 alunos que foram feridos durante a ação dos assassinos, que terminou com oito vítimas fatais. Quatro estudantes permanecem internados.

Durante a visita à escola, ele relembrou os momentos de pânico no ataque da última semana. O jovem estava próximo ao Centro de Estudos de Línguas (CEL) na companhia da namorada Beatriz Oliveira Ferreira, quando começou o tumulto.

“Um monte de gente começou a correr e ele veio atrás. A gente correu para o muro. Eu levantei ela para pular do outro lado. Quando ela pulou, o cara já estava lá do meu lado atirando em um aluno. Eu acho que aí acertou em mim. Eu então corri e dei de cara com o outro. Ele me puxa, eu estava de jaqueta cinza, mas aí eu consigo me soltar dele e sair correndo”, relembra o estudante.

Já na rua, sem saber ao certo o que havia acontecido, ele buscou ajuda. Uma moradora, que o abrigou dentro de casa, tentou ajudá-lo a avisar a mãe do ocorrido. “Eu só percebi que tinha sido ferido quando eu atravessei o portão e senti a boca mole. Aí eu coloquei a blusa na frente. Sangrou muito. Os médicos disseram que foi um tiro que pegou de raspão no queixo, e no peito parece uma queimadura provocada pelos estilhaços”, conta.

O estudante foi levado de ambulância à Santa Casa de Suzano e de lá encaminhado ao Hospital das Clínicas, em São Paulo, pelo helicóptero Águia da Polícia Militar, onde ficou internado até a quinta-feira (14). Ele levou pontos desde os lábios até o queixo.

Nesta segunda-feira, o estudante retornou até o hospital em São Paulo para trocar os curativos e passar por uma nova sessão de terapia. “Eu vou passar por mais um retorno lá e depois vou saber como será o tratamento”, explica.

Por G1

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