Mercado teme desabastecimento de combustíveis; Petrobras não atenderá toda a demanda em novembro

Reuters) -A Petrobras confirmou que não poderá atender todos os pedidos de fornecimento de combustíveis para novembro, que teriam vindo acima de sua capacidade de produção, acendendo um alerta para distribuidoras, que apontaram para risco de desabastecimento no país.

A petroleira afirmou, em comunicado na véspera, que recebeu uma “demanda atípica” de pedidos de fornecimento de combustíveis para o próximo mês, muito acima dos meses anteriores e de sua capacidade de produção, e que apenas com muita antecedência conseguiria se programar para atendê-los.

O cenário ocorre enquanto importadoras e distribuidoras de combustíveis têm apontado grande defasagem nos preços de diesel e gasolina praticados no mercado interno em relação ao mercado externo, o que teria fechado por completo a janela de importações.

Nos cálculos da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), o diesel estaria 17% defasado, enquanto a gasolina 14%.

A Associação das Distribuidoras de Combustíveis Brasilcom – que representa mais de 40 distribuidoras regionais de combustíveis – afirmou na semana passada que a Petrobras teria avisado diversas associadas sobre “uma série de cortes unilaterais nos pedidos feitos para fornecimento de gasolina e óleo diesel” para novembro.

Para a associação, “as reduções promovidas pela Petrobras, em alguns casos chegando a mais de 50% do volume solicitado para compra, colocam o país em situação de potencial desabastecimento”.

Isso porque, segundo a Brasilcom, as empresas não estão conseguindo comprar combustíveis no mercado externo, pois os preços do mercado internacional “estão em patamares bem superiores aos praticados no Brasil”.

Procurada nesta terça-feira, a reguladora ANP declarou em nota que “não há indicação de desabastecimento no mercado nacional de combustíveis, nesse momento” e que “segue realizando o monitoramento da cadeia de abastecimento e adotará, caso necessário, as providências cabíveis para mitigar desvios e reduzir riscos”.

A Petrobras e o governo federal vêm sofrendo pressões de diversos segmentos da sociedade devido a um avanço expressivo dos preços dos combustíveis no país neste ano, que têm refletido cotações internacionais. Nesse contexto, a petroleira tem reajustado os preços em intervalos maiores nos últimos meses, evitando repassar volatilidades externas.

O Brasil não produz o volume de combustíveis necessário para abastecer o país e depende de importações. A Petrobras, nos últimos anos, vem buscando praticar preços de mercado, para garantir que as compras externas não tragam prejuízos.

PARQUE DE REFINO

A petroleira destacou, no comunicado na noite de segunda-feira, que está operando seu parque de refino com fator de utilização de 90% no acumulado de outubro, contra 79% no primeiro semestre do ano.

Por Redação do Sobral Pop News com J Oliveira/ Fonte: ISTOÉ

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *