Declaração de Tasso “enfraquece muito a postulação”, diz Cid

O senador eleito Cid Gomes (PDT) disse ontem que declaração recente de Tasso Jereissati (PSDB) considerando desistir da disputa pela presidência do Senado “enfraquece muito a postulação”. Segundo o pedetista, “quem já coloca uma condição para desistir, as pessoas já vão contando que ele desistiu da candidatura”.

TASSO diz ser pré-candidato à presidência do Senado divulgação
TASSO diz ser pré-candidato à presidência do Senado divulgação

A fala foi dada durante participação do pedetista em evento na Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), ontem, ao lado do governador Camilo Santana (PT), homenageado pela entidade.

Cid fez referência à declaração de Tasso segundo a qual o tucano poderia desistir da disputa pela presidência do Congresso se o MDB abrisse mão da candidatura do senador Renan Calheiros.

 

Em conversa recente com O POVO, o senador eleito afirmou que Tasso era um nome forte para concorrer à chefia da Casa em 2019 à frente de um bloco de legendas capitaneadas por PDT, PSD, PV, PSB e outras siglas. Desde o fim das eleições, Cid e o tucano vêm mantendo encontros em Brasília.

 

Partiu do Ferreira Gomes a iniciativa para articular um bloco de partidos que pudesse funcionar como alternativa ao governismo e à oposição. Nesse projeto, Tasso, pela experiência no Senado e posição de independência dentro do PSDB, estaria bem colocado na corrida.

 

Em entrevista para a revista “Crusoé” que começou a circular ontem, porém, o senador reafirmou a sua candidatura, desfazendo rumor de que poderia não se lançar após entendimento com o MDB. À publicação, o parlamentar cearense garantiu que é pré-candidato e fará lançamento oficial de sua proposta no fim de janeiro.

 

Na entrevista, o tucano confirma ter sido sondado por colegas na Casa para encabeçar um movimento com vistas à mesa-diretora do Senado. “Essa troca de poder entre os mesmos (na presidência do Congresso) já vem há mais de vinte, trinta anos aqui”, justificou o senador, cujo principal rival é Renan Calheiros, que tenta se cacifar no MDB.

 

O nome do parlamentar alagoano, todavia, não é aceito nem pela oposição, nem pelos senadores mais ligados ao governo do presidente eleito Jair Bolsonaro, do PSL.

 

A briga pela presidência do Senado envolve ainda outro cearense: o atual presidente da Casa, Eunício Oliveiras, do MDB. Prestes a deixar o Congresso, o político vem fazendo movimentos ainda discretos para influir na própria sucessão.

 

Também ontem, Cid voltou a citar bloco que ele estaria costurando no Senado. Ao todo, disse o futuro parlamentar, o grupo reuniria 15 senadores de cinco partidos, mas contaria com apoio de outras legendas.

 

Questionado sobre qual seria a postura desse blocão nas votações de interesse de Bolsonaro, o ex-governador respondeu que “há um espaço para partidos e senadores que compreendam que é importante agora a gente dar um voto de confiança pro governo”.

 

CID

Segundo o senador eleito Cid Gomes, o PDT fará oposição vigilante a Bolsonaro. “A gente não pode agir com preconceito para um governo que se instala agora legitimado pelas urnas”, disse

HENRIQUE ARAÚJO

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