Vaga aberta aos interessados

Opositores e apoiadores do regime de Nicolás Maduro foram às ruas neste sábado (9) para protestar na Venezuela, em meio ao agravamento da crise no país, que vive um problema de falta de energia em diversas regiões há várias horas.

Enquanto vários estados no país ainda sofrem com o apagão, que tem prejudicado inclusive hospitais venezuelanos, os opositores do presidente foram às ruas de Caracas para pedir sua renúncia e pedir melhores condições de vida. Houve confrontos com a polícia. É esperado ainda um pronunciamento de Juan Guaidó, líder da oposição e presidente autoproclamado, na manifestação.

Já os partidários de Maduro se reuniram para protestar contra o que vêem como um processo de “sabotagem” à Venezuela. Eles levaram cartazes com mensagens de apoio ao presidente.

Confrontos em protesto contra Maduro

Manifestantes e policiais se empurram em manifestação contra Maduro na Venezuela  — Foto: Carlos Garcia Rawlins/Reuters

Manifestantes e policiais se empurram em manifestação contra Maduro na Venezuela — Foto: Carlos Garcia Rawlins/Reuters

Quando os manifestantes começaram a se reunir para começar a manifestação, a polícia impediu a concentração, alegando que as pessoas poderiam protestar apenas em outra zona da cidade de Caracas. A polícia chegou a utilizar bombas de gás lacrimogêneo contra os participantes do protesto.

Além disso, três pessoas que carregavam estruturas para erguer uma plataforma no local foram detidas pela polícia, de acordo com a agência de notícias EFE. A plataforma seria utilizada para discurso do líder de oposição Juan Guaidó, presidente autoproclamado da Venezuela.

Em confrontos com policiais, os opositores de Maduro gritavam “fora”, “assassinos”, “sim, se pode” e “não tenho medo”. Em meio aos confrontos, no entanto, diversos participantes do protesto tentavam convencer os policiais a aderirem à manifestação contra o governo. Houve empurrões entre agentes e manifestantes. Uma idosa chegou a desmaiar, e foi carregada por policiais.

Manifestante é carregada por policial durante protesto contra Nicolás Maduro em Caracas, na Venezuela — Foto: Carlos Garcia Rawlins/Reuters

Manifestante é carregada por policial durante protesto contra Nicolás Maduro em Caracas, na Venezuela — Foto: Carlos Garcia Rawlins/Reuters

Um manifestante disse a repórteres que Maduro é responsável pela grave crise econômica pela qual a Venezuela está passando, dizendo estar “cansada” de lidar com a emergência. “Fora, Maduro, não o queremos. Isso tem que acabar, já basta”, afirmou, sem se identificar.

Manifestante protesta contra Maduro na Venezuela, em protesto na capital, Caracas — Foto: Ronaldo Schemidt / AFP

Manifestante protesta contra Maduro na Venezuela, em protesto na capital, Caracas — Foto: Ronaldo Schemidt / AFP

Outra manifestante disse à Reuters que protesta pela falta de remédios e serviços básicos, como luz e água. “Precisamos de liberdade, e isso diz alguém que era revolucionária e se cansou”, afirmou emocionada.

Apoiadores de Maduro

Manifestante pró-Maduro leva cartaz com imagens de Hugo Chavez e Simon Bolívar. — Foto: Cristian Hernandez / AFP

Manifestante pró-Maduro leva cartaz com imagens de Hugo Chavez e Simon Bolívar. — Foto: Cristian Hernandez / AFP

Caracas também teve manifestações em apoio ao presidente venezuelano. Os participantes levaram cartazes com imagens do ex-presidente Hugo Chavez e de Simon Bolívar. A manifestação também teve a presença de representantes da milícia bolivariana venezuelana, que apoia Maduro.

Apoiadores de Maduro se manifestam na Venezuela — Foto: Cristian Hernandez / AFP

Apoiadores de Maduro se manifestam na Venezuela — Foto: Cristian Hernandez / AFP

Protesto a favor de Maduro em Caracas, na Venezuela — Foto: Cristian Hernandez / AFP

Protesto a favor de Maduro em Caracas, na Venezuela — Foto: Cristian Hernandez / AFP

Líderes convocaram manifestações

A manifestação foi convocada pelo convocada pelo presidente autoproclamado da Venezuela, Juan Guaidó. Maduro também pediu que seus partidários que manifestassem nas ruas.

Em seu perfil no Twitter, Guaidó voltou a incentivar a manifestação neste sábado. “Acham que nos vão meter medo hoje, mas vão levar uma surpresa do povo e da rua”, escreveu.

O presidente autoproclamado, reconhecido por cerca de 50 países, afirmou ainda que não é mais possível “conter um povo que está decidido a concretizar a interrupção da usurpação”, em referência à permanência de Maduro na presidência.

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Já Maduro usou sua conta no Twitter neste sábado para falar sobre o dia das mulheres, celebrado no dia anterior. Ele publicou fotos de mulheres nas ruas. “Meu maior reconhecimento às mulheres patriotas que tomaram as ruas de Caracas neste 08 de março para celebrar seu dia e expressar sua profunda rejeição às agressões imperiais contra a Pátria de Bolívar e Chávez. São vocês a alma da Venezuela. Um abraço!”, escreveu

Apagão

O serviço de eletricidade começou a ser restabelecido aos poucos em Caracas e outras regiões da Venezuela, informou a agência France Presse, após um apagão de quase 24 horas que afeta todo o território, o pior já registrado no país.

No entanto, vários estados do país seguem sem luz há cerca 40 horas, segundo a agência EFE.

O governo de Maduro alegou que o apagão que ocorreu no país foi um “ataque” e culpou os Estados Unidos e seus aliados latino-americanos pelo caos no país.

O ministro da Defesa, Vladimir Padrino, qualificou o apagão de “agressão deliberada” por parte dos Estados Unidos e anunciou uma “mobilização” da Força Armada Nacional Bolivariana (FANB), sem dar detalhes. “Uma agressão que sem dúvida foi preparada, deliberada e bem planejada, como sabe bem fazer o império americano”, disse Padrino à TV.

Pessoas usam celulares durante apagão em Caracas, no dia 7 de março — Foto: Matias Delacroix/AFP

Pessoas usam celulares durante apagão em Caracas, no dia 7 de março — Foto: Matias Delacroix/AFP

A instabilidade no sistema de energia da Venezuela preocupa o estado brasileiro de Roraima, que faz fronteira com o país. O estado é o único que não faz parte do Sistema Interligado Nacional (SIN) e sofre com constantes quedas de energias.

Por G1

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