Serviço especializado melhora qualidade de vida de pacientes com incontinência fecal

A incontinência fecal é a incapacidade de controlar a eliminação das fezes. Pode ser adquirida por meio de enfermidades como derrame e diabetes, por exemplo. Também pode estar relacionada a causas orgânicas, como a anomalia anorretal. O Hospital Infantil Albert Sabin (Hias), do Governo do Ceará, atende anualmente uma média de 37 crianças e adolescentes com esse distúrbio.

Marcos Rian, de 15 anos, é um desses pacientes. Desde bebê, faz tratamento no Albert Sabin. “A primeira cirurgia dele foi com 24 horas de vida. Eu soube que ele tinha a anomalia anorretal logo após o nascimento. A gente pensa logo que vai perder nosso filho, mas aí me explicaram que tinha tratamento”, diz a professora Cristiane Prudêncio de Moura, mãe do adolescente.

A anomalia anorretal é uma malformação congênita no ânus e reto. O bebê nasce sem a perfuração do ânus. E quanto mais cedo inicia-se o tratamento, melhor é a qualidade de vida da criança. Atualmente, Marcos estuda em uma escola de tempo integral e, segundo Cristiane, quer se tornar veterinário e professor universitário.

“Antes, ele estudava sempre na escola em que eu dava aula, porque a gente tinha que ficar sempre atento às necessidades dele. Estávamos no Hias todos os dias. Hoje, a gente só vai ao hospital a cada seis meses pegar algum material que ele precisa. Meu filho agora sabe se cuidar sozinho”, ressalta a mãe orgulhosa.

Atendimento especializado

O tratamento e acompanhamento no Hospital Albert Sabin, através do Núcleo Especializado no Tratamento Infantil da Incontinência Fecal (Netiif), proporcionou a “independência” de Marcos Rian. Segundo do país a ser implantando, o Netiif funciona há oito anos e já atendeu a mais de 300 crianças e adolescentes que sofrem de incontinência fecal.

“Nós tratamos de todos os tipos e, claro, são sempre casos mais graves. E, ao longo desses anos, conseguimos manter a continência em mais 85% dos casos atendidos”, afirma a enfermeira Marion Purcaru, que atua no núcleo desde a implantação.

De acordo com ela, o serviço promove o empoderamento da mãe ou do responsável acompanhante do paciente. O adulto é treinado para dar continuidade ao tratamento em domicílio, com acompanhamento hospitalar. “Agendamos todas as consultas, sejam elas semanais, mensais ou até semestrais. O que priorizamos é a qualidade de vida do nosso paciente, até porque alguns casos não têm cura”, fala a enfermeira.

O atendimento no Netiif é realizado a partir de encaminhamento médico especializado e funciona todas as segundas, quartas e sextas-feiras no Hospital Albert Sabin. A equipe de atendimento é formada por médico pediatra, enfermeira, nutricionista e psicóloga. Outros especialistas do Hias podem ser acionados pelo setor em caso de necessidade. “Essas crianças estão melhorando. Ainda há resistência e preconceito, até mesmo das famílias, mas a melhora deles é evidente”, destaca Marion.

Referência em alta complexidade

O Hospital Infantil Albert Sabin é referência no atendimento a crianças e adolescentes com doenças graves e de alta complexidade. “Muitos dos casos que tratamos são incuráveis. Então, buscar formas de amenizar, de retardar e até de regredir o avanço dessas doenças é algo do nosso cotidiano. Isso torna possível para os pacientes terem uma vida mais independente, com mais qualidade e, em alguns casos, até normal”, declara a diretora geral Patrícia Sampaio.

No Hias, os pacientes têm acesso a consultas com especialistas e exames laboratoriais e de imagem, além de emergência 24 horas. A primeira consulta ambulatorial ocorre por meio de encaminhamento médico de um posto de saúde ou outra unidade hospitalar.

Por Secretaria da Saúde

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