Quadrilha presa por falsa venda de 2 mil apartamentos no CE prometia bloco 17 apenas para militares

O grupo preso pela falsa venda de residências do programa Minha Casa Minha Vida em Fortaleza atraiu compradores com a promessa de que existia um um bloco de apartamentos, o 17, voltado apenas para policiais militares, segundo o delegado Jaime de Paula Pessoa Linhares, da Delegacia de Defraudações e Falsificações (DDF), da Polícia Civil.

Conforme o delegado, policiais estão as cerca de duas mil vítimas da quadrilha. O bloco 17, número de Jair Bolsonaro na eleição, foi a forma usada pela quadrilha para seduzir os policiais, categoria da qual o presidente tem forte apoio.

“A presidente da associação dizia que tinha um bloco somente voltado para policiais militares. Com isso, as pessoas iam obter uma segurança e proteção, não ia ter invasão de facção. Já temos notícias, sim, de alguns policiais militares que também adquiriram suas inscrições, na esperança também de ter a casa própria”, explica Jaime de Paula.

A Polícia Civil chegou até o esquema criminoso a partir de denúncia da Secretaria Municipal do Desenvolvimento Habitacional (Habitafor), responsável pela entrega das casas do Minha Casa na capital cearense. O grupo captava pessoas interessadas em adquirir a casa própria e se sujeitava a pagar por um apartamento do programa do Governo Federal.

A investigação sobre o golpe, praticado pela Associação Realizando Sonhos, resultou na prisão de cinco pessoas na sexta-feira (2): a presidente da Associação, Ana Paula Clemente da Silva, de 38 anos, e os colaboradores Sérgio Luiz Ferreira Rios Filho, 27, Wellington Fábio Lima da Costa, 27, Emerson Bento de Souza, 40, e Maria Clemilda Vasconcelos, 34. A detenção foi divulgada nesta segunda-feira (5).

Prejuízo financeiro

Material apreendido pela polícia na operação — Foto: Leábem Monteiro/ Sistema Verdes Mares

Material apreendido pela polícia na operação — Foto: Leábem Monteiro/ Sistema Verdes Mares

A Delegacia de Defraudações e Falsificações está recebendo mais vítimas do golpe, desde o início desta terça-feira (6), após a divulgação da prisão da quadrilha. Segundo o delegado Jaime Linhares, o prejuízo das vítimas vai de R$ 500 a R$ 10 mil, até o momento.

O bombeiro hidráulico Cláudio Paiva e a filha foram vítimas do golpe. Ele conta que, juntos, pagaram R$ 2,6 mil e tiveram que vender um carro e contrair um empréstimo.

“Um amigo me indicou, eu fui até uma mulher em um shopping, ela me pediu os documentos. Depois dos documentos, ela já pediu uma quantia de R$ 1,3 mil, que era a primeira parcela. Depois ficaria 20 prestações de R$ 600, e 120 (prestações) de R$ 100, depois da entrega do apartamento. Para a minha filha seria a mesma coisa”, detalha.

(G1 Ceará)

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