O que o Carnaval tem a ver com religião?

Você conhece a origem do Carnaval? O nome da festa tão aguardada pelos brasileiros seria derivada do latim “carnem levare” ou “afastar-se da carne”, segundo estudiosos. A expressão refere-se ao consumo de carne considerado lícito pela última vez antes do jejum da Quaresma, ritual comum aos católicos. Porém, a celebração que conhecemos não teve influência exclusiva do cristianismo.

Os primeiros indícios, do que hoje chamamos de Carnaval, datariam do século XV antes de Cristo. Pesquisas catalogaram vasos com pinturas gregas que mostram figuras mascaradas, desfilando em procissão ao som de músicas em honra do deus Dionísio, com fantasias e alegorias.

Festividades semelhantes aconteciam no começo do ano ou pela aproximação da primavera, na despedida do inverno. Eram festas religiosas que tinham a intenção de, com esses ritos, redimir as faltas cometidas e pedir a fecundidade da terra.

A denúncia das culpas tornava-se algo teatral, o que motivava o uso de máscaras, fantasias e cortejos. Com o surgimento do Cristianismo, as festas consideradas “pagãs” foram sendo substituídas por solenidades cristãs.

A celebração oficial foi restringida aos três dias que precedem a Quarta-feira de Cinzas. De acordo com o padre Washington Vieira, a Igreja Católica, atualmente, vê o Carnaval como uma festa lúdica, mas sem uma relação estreita com o cristianismo.

“A Igreja reconhece a festa como manifestação popular da cultura, mas orienta uma postura ética e, para os católicos, um olhar de preparação para quaresma”, afirma.

Raízes africanas 

Além das fantasias, o Carnaval brasileiro também é marcado pela música pulsante e danças animadas. Aspectos da festa são originados da África, a exemplo dos Maracatus e Afoxés, celebrações cheias de cores e batidas. Segundo Mãe Tecla, presidente do Maracatu Filhos de Iemanjá, o Maracatu cearense, em específico, é mais religioso quando comparado ao de outros estados.

“O afoxé, também celebrado nessa época, é o Candomblé na rua e cada um tem o orixá patrono. Personagens como a rainha e as pessoas da corte são ligados a cultura africana”.

Por Diário do Nordeste

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