No Monte das Oliveiras

MATEUS 24: 3.

No monte das Oliveiras, achava-se Jesus assentado, quando se aproximaram dele os discípulos, em particular, e lhe pediram: Dize-nos quando sucederão essas coisas e que sinal haverá da tua vinda e da consumação do século”.

O monte das Oliveiras era um dos lugares de refúgio de Jesus. Para ali se retirava para meditar e orar. Ele passava noites inteiras em comunhão com o Pai; então saia revigorado para cumprir seu ministério pastoral e poder cuidar das ovelhas perdidas da casa de Israel.

Normalmente os discípulos se acercavam Dele para pedir alguma explicação extra sobre temas que haviam sido apresentados às multidões, mas que para eles não havia ficado tão claro, então gostariam de mais explicações.

Jesus estava assentado, no monte das Oliveiras. Certamente tirara alguns momentos para descansar, orar e meditar. Podemos imaginar os discípulos vagarosamente se aproximando do Mestre, sem querer atrapalhar seus poucos momentos de descanso e meditação, mas, movidos pela curiosidade, venceram a timidez para lhe fazer uma das perguntas mais importantes feitas a Ele e com uma relevância toda especial para o nosso tempo: “Dize-nos quando sucederão essas coisas e que sinal haverá da tua vinda e da consumação dos séculos”.

Na verdade são duas perguntas que se replicam em duas respostas diferentes: 1- “Dize-nos quando sucederão essas coisas”. 2- “Que sinal haverá da Tua vinda e da consumação dos séculos”.

A primeira curiosidade que os atormentava era o tempo do retorno de Jesus (QUANDO). A segunda era: Como saberiam que Jesus estava próximo de voltar para por fim, à maldade deste mundo (Que sinais haveria)?

Sabendo das limitações humanas, especialmente dos discípulos, Jesus não respondeu diretamente à curiosidade deles. Mas, apresentou um cenário muito mais amplo, misturando acontecimentos mais próximos e outros mais distantes, registrando assim, sinais que aconteceriam no decorrer do tempo, marcariam épocas e sinalizariam a aproximação de Seu retorno a esta terra.

Somente no verso 36 do capítulo 24 de Mateus, Jesus responde de maneira mais direta à primeira pergunta dos discípulos: “Mas a respeito daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos dos céus, nem o Filho, senão o Pai”. Em forma humana, Jesus se autolimitou a determinados conhecimentos, tornando-se completamente dependente do Pai e Espírito Santo. O dia e hora de Seu retorno, naquele momento não lhe competiam, no entanto apresentou um quadro bem amplo sobre o assunto, que nos ajuda a compreender e nos preparar para o encontro com Ele em Seu retorno.

O evangelho segundo Lucas, nos ajuda a compreender melhor a segunda parte da curiosidade dos discípulos. Considerando que, para que quisessem mais compreensão sobre o tema Volta de Jesus, certamente o ouviram falar alguma coisa que não ficou muito claro para eles.

Encontramos, no contexto da oferta da viúva pobre, registrado em Lucas 21: 1 – 4, os motivos da conversa no monte das Oliveiras. Encontravam-se no templo, em adoração. Jesus observava como os ricos depositavam ricas ofertas sem nenhuma reserva, enquanto uma pobre viúva deposita no gazofilácio, timidamente, duas pequenas moedas, as únicas que lhe restavam. Jesus comenta com os discípulos a importância do que ela acabara de fazer. Enquanto os ricos davam do que lhes sobejava, ela ofertara tudo o que tinha, portanto, percentualmente, dera muito mais que todos eles.

Um pouco antes deste episódio, Jesus havia chorado sobre Jerusalém (Mateus 23: 37), dizendo que esta cidade, por rejeitar o Messias, seria destruída, e, aquela seria sua última oportunidade, pois Ele morreria e aquela casa ficaria deserta (Mateus 23: 38). Ele então afirma: “Declaro-vos, pois, que, desde agora, já não me vereis, até que venhais a dizer: Bendito o que vem em nome do Senhor!” (Mateus 23: 39). No capítulo 24 de Mateus, informa que Jesus já ia saindo do Templo, quando os discípulos o convidam para lhe mostrar a estrutura do templo, que para eles era o orgulho da nação. Mas Jesus fala algo estarrecedor: “Ele, porém, lhes disse: Não vedes tudo isto? Em verdade vos digo que não ficará aqui pedra sobre pedra que não seja derribada”. Mateus 24: 1, 2.

Em Lucas 21: 5 e 6 são registradas as mesmas circunstâncias, com alguns detalhes a mais, que nos ajudam a compreender melhor o contexto que fez suscitar nos discípulos a curiosidade que os levou a procurar Jesus no monte das Oliveiras em busca de explicações.

Falavam alguns a respeito do templo, como estava ornado de belas pedras e de dádivas; então, disse Jesus: Vedes estas coisas? Dias virão em que não ficará pedra sobre pedra que não seja derribada”.  Lucas 21: 5, 6.

Ligando os episódios registrados por Mateus e Lucas, podemos perceber que Jesus criou um ambiente de curiosidades na mente dos discípulos. Ele havia entrado em Jerusalém aclamado como o “Filho de Davi” (Mateus 21: 9), ao se aproximar de Jerusalém, havia chorado e proferido uma sentença sobre a cidade (Mateus 23: 37 a 39). Declarou que: “desde aquela hora não o veriam mais, até que dissessem: Bendito o que vem em nome do SENHOR!” (Mateus 23: 39). Complicou ainda mais ao informar: “Não ficará pedra sobre pedra” (Mateus 24: 1, 2 e Lucas 21: 5, 6).

Dá para entendermos agora como ficou a cabeça dos discípulos, depois de uma sequência de acontecimentos, onde Jesus faz algumas declarações bombásticas! Tudo era muito complicado para eles entenderem, considerando que aguardavam um Messias que restaurasse o reino ainda no seu tempo. Em função disso Judas o havia traído; a multidão o havia aclamado Rei ao entrar em Jerusalém, o reconhecendo como Filho de Davi, e herdeiro legítimo ao trono de Israel. No entanto, tudo o que Ele declarava parecia ir completamente contra ao que acreditavam. Então, quando aconteceriam essas coisas e como saberiam o tempo em tudo isto aconteceria?

Ao procura-lo para buscar essas informações, o Mestre começa falando sobre os acontecimentos mais próximos, que eles, em sua maioria, poderiam contemplar. Descreveu a destruição de Jerusalém e qual o sinal que os salvariam desta tragédia: “Quando, porém, virdes Jerusalém sitiada de exércitos, sabei que está próxima a sua devastação”. Lucas: 21: 20. O que aconteceu de fato no ano 70 do primeiro século. Quando vieram exércitos romanos e sitiaram a cidade. Por alguma razão inexplicável aquele exército simplesmente foi embora, sem razão aparente, todos os cristãos sinceros entenderam que aquele era o momento para fugirem sem olhar para trás (Lucas 21: 21 – 24). Todos que acreditaram e fugiram foram salvos.

Da mesma forma Jesus acrescentou sinais que teriam lugar no decorrer do tempo e que apontariam a aproximação do “Tempo do Fim”. Quanto mais se aproxima esse tempo, mais se multiplicam os sinais. Podemos entender então, que hoje todos os sinais acontecem simultaneamente, incluindo o último sinal apontado pelo Mestre. Não seria o caso de entendermos que, assim como os primeiros cristãos, é hora de estarmos mais atentos do que nunca? Que a hora se aproxima rapidamente e precisamos estar preparados? Pense nisso!

Por Lindomar J. M. Spíndola Rodrigues do Sobral Pop News

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