Morre o italiano Nino Cerruti, ‘estilista filósofo’ que revolucionou a moda

O renomado estilista italiano Nino Cerruti morreu aos 91 anos, informou uma fonte do setor de moda à AFP neste sábado (15), confirmando as notícias do fim deste “estilista filósofo” que revolucionou a forma de se vestir no século XX.

Cerruti faleceu em um hospital de Vercelli, na região de Piemonte, onde havia sido submetido a uma cirurgia no quadril, de acordo com o jornal Corriere della Sera.

O estilista que vestia grandes figuras de Hollywood caracterizava-se por um estilo ao mesmo tempo elegante e informal. Nos anos 1970, introduziu o conceito de ‘casual chic’ e inventou a jaqueta masculina desconstruída.

Esse refinamento aparentemente descuidado era, em suas palavras, uma questão de “estilo”. Uma palavra que ele preferia a “elegância”, que considerava “um terrível gosto antigo”. “Ter estilo é misturar cultura e arte”, definiu.

Nascido em 25 de setembro de 1930 em Biella, ele abandonou aos 20 anos os estudos de filosofia e o sonho de se tornar jornalista para assumir o comando de uma fábrica têxtil familiar após a morte de seu pai.

Na década de 1960, contratou Giorgio Armani, quatro anos mais novo, como criador de roupas masculinas. Essa associação, que imprimiu uma marca inconfundível no mundo da moda, durou até 1975, quando Armani decidiu criar sua própria marca.

“Sempre vesti a mesma pessoa: eu mesmo”, confidenciou Cerruti, que era o primeiro a usar as roupas que saíam de seus ateliês.

“Uma roupa só existe quando alguém a usa. Eu gostaria que você continuasse vivendo, continuasse impregnado de vida, porque é assim que eu as vivi”, acrescentou ele, apelidado de “estilista filósofo”.

O “Signor Nino”, como seus funcionários o chamavam, vestia celebridades do cinema como Richard Gere, Marcello Mastroianni, Robert Redford e Jean-Paul Belmondo.

– Calças femininas –

Suas criações também alteraram a forma de vestir das mulheres, com a popularização das calças. Uma revolução que acompanhou os ares da rebelião estudantil de 1968, colocando nas passarelas homens e mulheres vestidos da mesma forma.

“As calças deram liberdade às mulheres”, disse Cerruti, que fabricou calças para marcas como Coco Chanel.

“Naquela época era uma escolha corajosa, porque em alguns restaurantes era proibida a entrada de mulheres vestindo calças”, lembrou.

Por Redação do Sobral Pop News com J Oliveira/ Fonte: swissinfo.ch / AFP

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