Morre artista Jaider Esbell, estrela da Bienal de São Paulo 2021

O artista Jaide Esbell, 41 anos, da etnia Makuxi, morreu nesta terça (2). De acordo com comunicado, emitido pela galeria que ele mantinha: “Esbell estava em uma atividade de trabalho em São Sebastião (SP), acompanhado de amigos e pessoas queridas.” A informação anterior, não confirmada, era que ele havia sido encontrado em seu apartamento na cidade de São Paulo.

Esbell, nascido na cidade de Normandia, em Roraima, em 1979, era um dos grandes nomes à frente do reconhecimento da arte indígena no circuito contemporâneo brasileiro, junto à Daiara Tukano, Denilson Baniwa, Isael Maxakali e o Movimento dos Artistas Huni Kuin (Mahku).

Em 2021, além de ser uma das estrelas da trigésima quarta Bienal de São Paulo, também foi o curador de uma exposição coletiva no Museu de Arte Moderna (MAM), chamada Moquém_Surarî. Sobre essa mostra, ele contou que havia sido convidado para fazer uma individual, mas preferiu trazer um panorama da arte indígena para a instituição.

Ainda esse ano, seus trabalhos também integraram Véxoa: Nós Sabemos, já encerrada, Frestas Trienal de Artes, realizada na unidade de Sorocaba do Sesc, em cartaz até janeiro de 2022, e Brasilidade Pós-Modernismo, no Centro Cultural Banco do Brasil, no Rio de Janeiro, até 20 de novembro.

Em entrevista, por ocasião de uma individual  na galeria Millan, Esbell falou sobre a pandemia, a partir da cosmologia indígena: “A gente acredita que esse mundo já se acabou várias vezes. Essa não vai ser a primeira nem a última. Estamos passando mais uma vez por um ciclo. Conseguimos atravessar a colonização sem ser exterminados, diferentemente do que ocorreu com grupos menores. No nosso território, a Terra Indígena Raposa Serra do Sol, temos o Monte Roraima. Nele, tem um canal com o centro da Terra, onde há uma passagem para nos conectar com o novo ciclo e continuar nossa história.”

Luto compartilhado

“Vamos sentir muita falta dele. Nos falamos há três meses, antes dele entrar nessa turnê de exposições. Quando estava aqui, ele vinha na minha galeria e eu ia na dele. Nossa parceria começou há muito tempo, quando ele principiou a se interessar por artes”, conta Calixto, amigo e dono de uma loja de molduras, em Boa Vista (RR).

O luto é também compartilhado pelo cenário cultural paulistano. “Foi uma troca constante. Sem ele, a Bienal desse ano não teria sido o que foi”, disse o curador-geral da mostra, Jacopo Crivelli. Nas redes sociais, o diretor artístico do Masp, Adriano Pedrosa, se manifestou: “Triste e inacreditável notícia”. O Museu de Arte Moderna (MAM) emitiu uma nota: “Lamentamos profundamente a perda e estendemos nossa solidariedade aos amigos e familiares.”

Por Redação do Sobral Pop News com J Oliveira / Fonte: Veja. São Paulo

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