Idosos cearenses realizam caminhada na Av. Beira-Mar no Dia Mundial de Conscientização da Violência contra a Pessoa Idosa

“Saia da calçada, venha para a rua!”, gritava José Maria Tabosa, 77 anos, sapateiro aposentado e morador do Bairro Pirambu, em Fortaleza. As palavras de ordem, como ele faz questão de reforçar, eram direcionadas ao grupo de colegas residentes na capital e do interior do Ceará (Itaitinga, Palmácia) mobilizados em uma caminhada na Avenida Beira-Mar logo nas primeiras horas da manhã deste Dia Mundial de Conscientização da Violência contra a Pessoa Idosa (15/06).

“Eu não estou aqui para defender idoso. Eu estou aqui como idoso, mas para defender a pessoa humana”, ressalta José Maria. “Criança, adulto, jovem, todos nós estamos sofrendo na falta de educação, de saúde. Então a dor pode ser diferente, mas o gemido é o mesmo”, acredita o aposentado.

Assim como ele, aproximadamente 500 pessoas estiveram concentradas na Praia de Iracema na manhã deste sábado para discutir uma pauta na qual o Ceará apresenta uma posição difícil no ranking. O Estado é o primeiro do Nordeste em denúncias de violências contra idosos. Nos seis primeiros meses de 2018, o canal Disque 100 registrou 725 denúncias daqui. Foram identificados 3.065 casos de violência praticados. A Bahia, segunda colocada, aparece com 691 denúncias.

“A violência maior vem de casa. Os filhos não respeitam mais os pais, os pais não respeitam mais os filhos e aí tá desse jeito”, observa Maria Luiza da Silva, 69 anos, que viajou por mais de 2h, de Palmácia a Fortaleza, acompanhada de 20 idosos atendidos pelo Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) do município.

G1 Ce

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