Funcionária de curso onde atendente foi morta por ex em Fortaleza chamou polícia na mesma rua, mas PM não chegou a tempo

Uma funcionária do curso profissionalizante, no bairro Henrique Jorge, em Fortaleza, pediu ajuda à polícia momentos antes de sua colega de trabalho,Emanuelly Vasconcelos Sampaio, 31 anos, ser assassinada pelo ex-marido no local, na manhã deste sábado (30). A vítima foi avisada pela ex-cunhada por telefone que Isac Ângelo dos Santos Filho, 34, estava indo assassiná-la. Ele foi preso logo após o feminicídio.

Depois do telefonema, a funcionária chegou a ir até um posto da polícia, do outro lado da rua, mas não conseguiu ajuda. O primo da vítima Wesley Vasconcelos relatou que um único policial estava no posto de atendimento e ele não poderia deixar o local naquele momento, por estar sozinho.

A titular da Delegacia da Mulher, Rosane Brasil, responsável pelo inquérito, informou que o policial acionado não foi omisso, pois pediu reforço, que chegou em cinco minutos. Ela confirmou que não havia efetivo suficiente no momento.

A Polícia Militar do Ceará (PMCE) afirmou, por meio de nota, que atendeu a funcionária, mas, enquanto averiguava as informações, o suspeito aproveitou-se da aglomeração de pessoas em frente ao local de ensino, entrou no estabelecimento e cometeu o crime.

Policiais chegaram minutos após o crime — Foto: ReproduçãoPoliciais chegaram minutos após o crime — Foto: Reprodução

Policiais chegaram minutos após o crime — Foto: Reprodução

Crime

O ex-marido estacionou em frente ao curso, entrou, trancou a porta e foi ao encontro da vítima, disparando pelo menos cinco vezes. Quatro tiros atingiram Emanuelly, que trabalhava como atendente no local. Um perito que esteve no local afirmou que a vítima ainda tentou fugir correndo, mas entrou em uma sala sem saída.

Depois que Emanuelly recebeu o telefonema, os funcionários e alunos do curso chegaram a trancar a porta do local, com medo de que algo acontecesse. Pouco tempo depois, no entanto, a porta acabou sendo aberta.

Liberdade provisória

O suspeito estava em liberdade provisória desde 2017. Ele foi preso no dia 23 de julho daquele ano, em Maracanaú, na Grande Fortaleza, por porte ilegal de arma de fogo, e posto em liberdade no dia seguinte, após pagamento de fiança de R$ 937.

Ele foi autuado no Art. 15 do Estatuto do Desarmamento, por ter efetuado disparos em via pública com uma arma não licenciada.

Ameaças

De acordo com o primo da vítima, Emanuelly tinha medo que o agressor a atacasse na saída do trabalho, por isso, ele chegou a levar lanche nesta sexta-feira (29) a pedido da prima. Além disso, ele a buscou no fim do expediente algumas vezes. “A gente era como irmãos”, disse.

Wesley Vasconcelos disse, anida, que o suspeito ameaçava a vítima por meio de mensagens. “Nas mensagens, ele dizia ‘eu sei que hora tu chega, eu sei com quem tu chega, eu sei se tu vai pra casa com teu pai, se tu vai de Uber, de ônibus, sei todos os teus passos”, afirmou o primo.

Por: G1-CE

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