Feedback nas organizações

Ferramenta de desenvolvimento profissional e pessoal, o feedback, quando é dado de forma assertiva, traz inúmeros benefícios para a empresa e suas equipes de trabalho. Além de aproximar o gestor dos seus liderados, a prática melhora o clima organizacional e ainda repercute no faturamento das companhias.
Para o profissional, receber o retorno do seu trabalho não só contribui para o desenvolvimento pessoal como gera encorajamento para novas ideias e maior produtividade na empresa. “Existem dados concretos (segundo pesquisa Hubspot) que mencionam que 43% dos colaboradores recebem feedback uma vez por  semana, e 78% desses profissionais sentem-se reconhecidos e mais motivados em suas atividades com essa cultura do feedback dentro de suas organizações”,
afirma May Medeiros, especialista em gestão de carreira e gestão de pessoas.
Mas como os gestores devem dar essa resposta ao colaborador? De forma assertiva, como destaca May Medeiros. “Esta frase de Mário Sérgio Cortella nos remete profundamente a essa cultura do feedback assertivo: ‘Elogie em público e corrija em particular. Um sábio orienta sem ofender e ensina sem humilhar’.  Então, se você possui um membro da equipe que está se destacando e merece elogios, faça em público diante da empresa e da equipe”, ensina a especialista.
Por outro lado, quando o retorno não é bem um elogio, mas uma correção ou uma crítica, deve ser feito de forma construtiva, uma vez que feedbacks mal  gerenciados também impactam negativamente no clima organizacional, assim como a falta dele. “O gestor deve conduzir o profissional ao desenvolvimento do aprendizado individual e coletivo, com o intuito de diminuir incertezas e fazer com que ele passe a conduzir seu trabalho de maneira mais produtiva e proativa, ajudando-o a diminuir os erros e retrabalhos, o que influencia no faturamento e no clima organizacional”, argumenta May Medeiros.

Relação saudável
Se implantada de forma efetiva, a cultura do feedback contribui para o desenvolvimento de uma relação de confiança entre os líderes e suas equipes. “A falta de toda essa sistemática de feedback nas organizações gera impactos negativos entre as lideranças e suas equipes. Os colaboradores ficam perdidos e desmotivados, diminuindo a produtividade e o aumento do turnover, impactando diretamente nos números da organização e na piora do clima organizacional”,  observa May Medeiros.
Por mais assertivo que seja um feedback, se o profissional não souber ouvir com maturidade, não causará o efeito esperado. “Receber uma crítica, mesmo que construtiva, dói de alguma maneira, mas precisamos buscar equilíbrio emocional para que isso não se volte contra nós e reverbere em nossa vida pessoal”, aconselha a especialista. “Aos profissionais que estão recebendo estes feedbacks, agarrem essa oportunidade de desenvolvimento humano e profissional da melhor forma, para que possam desenvolver seu plano de carreira nessa organização com êxito”, arremata.

Passo a passo
Como orienta May Medeiros, para uma boa execução, o feedback deve ser bem preparado pelo gestor em parceria com o setor de Recursos Humanos da empresa. A especialista descreve um passo a passo dessa preparação e ressalta: “Deve ser no formato individual e em um local mais reservado. Desta forma,  cria-se uma relação saudável de cooperação e produtividade entre as partes”.

1. Primeiro passo:
Crie uma planilha ou agenda de acompanhamento desses feedbacks para que você possa visualizar a evolução dos seus colaboradores, e também para dar continuidade nos próximos, relembrando o desenvolvimento do colaborador nas etapas passadas.

2. Segundo passo:
Escreva em uma folha todo o conteúdo do feedback para que seja seguido dentro da conversa, pois existe uma lógica assertiva com esse formato.

3. Terceiro passo:
Descreva inicialmente todos os pontos fortes desse colaborador. Lembre-se de que o objetivo é aprimorar um comportamento ou desempenho e, ao comentar  algo que não deu certo, use expressões positivas. Isso indicará que esse “bate-papo” terá desfecho assertivo.

4. Quarto passo:
Fale sobre o que está acontecendo e qual é o problema. Pode ser uma questão de comportamento ou de desempenho. Diga o que precisa ser melhorado e por que isso precisa ser melhorado. Cite aqui um exemplo real de como esse problema está impactando a organização.

5. Quinto passo:
Agora é o momento de ouvir o colaborador falar, expor suas dificuldades e seus possíveis motivos. Não o interrompa em momento algum, deixe-o falar o que ele quiser.

6. Sexto passo:
Diga para ele qual o comportamento desejado por você e a empresa a partir de agora, seja bem detalhista nesse momento, e estipule uma meta ou prazo.

7. Sétimo passo:
Desenhe soluções em conjunto com ele, oriente-o e dê sugestões para a resolução da problemática. Nesse momento, mostre que você estará ao lado dele para apoiá-lo.

8. Oitavo passo:
Reforce novamente seus pontos fortes mencionados no início do feedback. Demonstre que você está confiante e acredita no aperfeiçoamento e no crescimento do profissional dentro da organização.

Os benefícios para a organização após um feedback bem ministrado como esse são:
. Direcionamento assertivo do trabalho;
. Desenvolvimento da alta performance do colaborador;
. Elevação do engajamento;
. Retenção dos melhores talentos;
. Encorajamento de novas ideias por parte dos colaboradores;
. Estabelecimento da cultura organizacional;
. Maior produtividade e faturamento;
. Melhoria do clima organizacional.

Diário do Nordeste

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *