“Escrevi toda semana”, diz aluno que tirou nota mil em redação do Enem

Resultado foi divulgado nesta sexta-feira (18). Ao todo, 4,1 milhões de candidatos realizaram o Enem, em novembro do ano passado.
“Eu acordei com uma mensagem de que já haviam sido divulgadas as notas, chamei meus pais e conferimos juntos o resultado. Foi uma alegria enorme”, contou Lucas Felpi, de 17 anos, um dos 55 estudantes que tiraram nota máxima (1000) na redação do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) 2018.
O resultado foi divulgado na manhã desta sexta-feira (18) e pode ser conferido neste link. Ao todo, 4,1 milhões de candidatos realizaram o Enem, em novembro do ano passado. Essa edição foi a segunda tentativa para Felpi, aluno do colégio particular Rio Branco, em São Paulo.
“Eu fiz a edição de 2017 como treineiro, para ver como funcionava o exame”, relata. “Neste ano, foi pra valer.” Questionado sobre a importância de realizar uma edição do exame como treineiro, o aluno diz que é a preparação. “Eu tinha mais consciência das questões, de como lidar com aquelas perguntas, e com o tempo de prova”, relata.
Felpi conta que escreveu uma redação por semana durante o ano letivo de 2018. O cronograma do colégio onde estuda exige que todos os alunos entreguem um texto por semana. A cada bimestre, o estudante pode “tirar uma semana de folga” e não entregar a redação. “Mas eu não fiz isso. Eu escrevi e entreguei todas”, relata. “Isso também faz diferença. Lhe oferece mais preparo, mais argumentação, mais aprimoramento de texto e assim por diante”, acrescentou.
O tema da redação neste ano foi a manipulação do comportamento do usuário pelo controle de dados na internet, e pegou o estudante de surpresa. “Não pensei que eles iam cobrar algo teórico e filosófico, e sim mazelas sociais, como foi nas edições anteriores”, reconhece. “Mas como envolve tecnologia, e é um tema que eu gosto, eu consegui desenvolver bem o texto”.
Felpi relembra que escreveu sobre como os algoritmos restringem as informações as quais as pessoas recebem na internet. “O usuário não vê sobre tudo e isso acaba o colocando em uma bolha, que é escolhida e formada por uma máquina, com base nos gostos daquele usuário”, diz. Em seguida, o aluno apontou episódios da série da Netflix, Black Mirror, e passagens do livro de George Orwell, 1984.
Durante a conclusão da redação, o estudante apontou como proposta de intervenção campanha de conscientização e também a divulgação de como funciona o algoritmo. “É necessário que a sociedade saiba sobre o que acontece por trás das máquinas”, alerta.
O estudante, que quer cursar Ciência da Computação, irá jogar a nota na USP (Universidade de São Paulo) e Unicamp (Universidade Estadual de Campinas). O aluno foi aprovado, recentemente, no mesmo curso na Georgia Institute of Technologu, em Atlanta, nos Estados Unidos da América. “O meu sonho mesmo é ir para Stanford (University)”, diz — Felpi espera, ainda neste semestre, os resultados do vestibular da universidade americana. “Se eu for aprovado, quero ir para lá.”
(R7)
Foto Argus Studio

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *