Em novo disco, Madonna canta com Anitta e coloca funk brasileiro no topo do pop

Depois de 4 anos sem lançar material inédito, Madonna entrega ao mundo “Madame X”, seu 14º álbum de estúdio na carreira. Com 15 faixas, o trabalho lançado oficialmente na sexta-feira (14) reúne produtores como MirwaisMike DeanDiplo, entre outros. Além da pegada experimental, outro atrativo do disco são as parcerias da Rainha do Pop com outros artistas. Os duetos incluem Maluma, Swae Lee, Quavo e Anitta.

A brasileira participa na música “Faz Gostoso”, cover do hit europeu assinado pela cantora Blaya, artista nascida em Fortaleza e radicada em Portugal. Com mais de quatro minutos, a faixa traz um “pancadão” nervoso, totalmente direcionado pela estética sonora do funk brasileiro.

Na madrugada de sexta-feira, Anitta usou a conta pessoal no Instagram para comentar o momento tão especial na trajetória artística. Em inglês, a carioca desabafou o quanto Madonna é um símbolo de descoberta e liberdade.

madonna

“Tudo que eu quero dizer hoje é obrigada. Como eu te falei pessoalmente, Madonna, se hoje eu me sinto livre, poderosa e forte para me expressar, expressar minha sexualidade e meu jeito de ser mulher é por causa de sua luta de muitos anos. Sua luta por liberdade mudou milhões e milhões de vidas, incluindo a minha. É uma honra fazer parte da sua história incrível de alguma forma”, escreveu.

Batidão

Ter uma realizadora da importância de Madonna, mergulhando nas batidas de um gênero musical por vezes tão marginalizado no próprio País de origem, é algo único para quem aprecia e produz esse tipo de som. De DJ Marlboro à Blaya, o funk brazuca repercute as batidas da periferia. É o caos das ruas, suingue e pura energia.

Dizer que o feito de Madonna é pioneiro, porém é exagero. Basta lembrar, por exemplo, do Rock in Rio 2013. Na ocasião, Beyoncé homenageou o Rio de Janeiro ao encarnar uma funkeira em cima do palco. Ela dançou ao som de um trecho de “Passinho do Volante (Ah Lelek Lek Lek Lek)”.

anitta

“Faz Gostoso” é repleta de malandragem e Madonna arrisca na mistura de línguas. Vai de “Eu não nego ele é safado e ainda por cima é carinhoso” à “Better throw that cachaça away”. Responsável por moldar e muitas vezes implodir a indústria do entretenimento, Madonna é incansável na capacidade de se reinventar. Aos 60 anos abraça o funk, acrescenta esse ritmo ao legado de sucessos e coloca as batidas da favela no mapa da música internacional.

Todavia, “Faz Gostoso” é um funk “tipo exportação” e pouco tenta se aprofundar nas possibilidades de loops e arranjos que tipo de som é capaz. Outra característica mais aparente é o tempo de execução da faixa. Quem sabe, cortar um minuto ou mais do material teria deixado a canção mais poderosa e direta.

Madonna eleva o funk ao topo do pop e de quebra, ilumina o grande momento vivido por Anitta. Só nos resta agora dar o play descer até o chão na voz dessas “malandras”.

DN

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