Cearense é selecionada para ser professora associada em centro de pesquisa de Harvard

Fazer com que a sua experiência em Harvard não seja apenas um aprendizado individual, mas coletivo. Esse é o objetivo da professora cearense do Instituto de Cultura e Arte (ICA) da Universidade Federal do Ceará (UFC), Inês Vitorino, que foi convidada para ser professora associada do Berkman Klein Center For Internet & Society, da Universidade de Harvard, em Massachusetts (EUA). O centro de pesquisa estuda sociedade e internet. A professora fará parte do corpo de pesquisa entre setembro de 2020 e agosto de 2021. 

Doutora em Ciências Sociais e vice-coordenadora do Laboratório de Pesquisa da Relação Infância, Juventude e Mídia (LabGRIM – UFC), a cearense começou o processo de seleção para a vaga em janeiro.  Houve análise do currículo e envio de uma carta que reportasse as contribuições que ela levaria para a instituição e o que pretendia aprender no local. “Eu fiquei muito feliz, porque eu fui aprovada junto a uma seleção, digamos assim, do mundo inteiro. São pesquisadores do mundo inteiro e de várias áreas, não foi só para pessoas da área da comunicação, têm do direito, psicologia, sociologia, literatura e entre outros”, diz, animada.

Fazer com que essa experiência em Harvard se torne um aprendizado coletivo é o principal intuito da professora. “Eu tenho muito orgulho de ser professora por opção. E gosto – sou apaixonada – pelo que faço. Dentro da universidade eu tenho a oportunidade de ser professora e pesquisadora, ou seja, estou continuamente pesquisando sobre temas importante, temas atuais, para formar estudantes para lidar com esse cenário, que é muito desafiador”, destaca Inês.“Eu espero que uma conquista como esta também seja inspiração, para conseguirmos dizer que nós mulheres podemos ir aonde quisermos. Que nós nordestinos podemos ir aonde nós quisermos ir”, comemora.

Harvard

O centro de pesquisa no qual Inês será professora associada é referência em estudos que relacionam sociedade e internet, e todos os desafios que essa correlação apresenta. “Ele é de ponta, e eu gostaria de estar em um lugar de ponta para pesquisar sobre coisas relacionadas a internet”, ressalta.

A doutora tem uma extensa carreira na área da pesquisa, principalmente quanto a temas relacionados a infância, adolescência, mídia e comunicação. 

Apesar de as reuniões dos selecionados já terem começado, o ano letivo no Estados Unidos só se inicia em setembro – quando a professora começa oficialmente essa fase de sua carreira. Inês atuará junto aos professores do Berkman Klein Center nas pesquisas sobre internet e sociedade até agosto de 2021.

“Havard está tendo muito cuidado em relação a aulas presenciais, e acho que é assim que outras universidades deveriam agir. O que já está definido é que até o fim deste ano tudo será online. Então eu estarei aqui, no Ceará, contribuindo de maneira online”, conta. 

A professora aponta que um de seus objetivos é se aprofundar em selecionar desafios relacionados a internet, no dia a dia da sociedade brasileira. “Isso implica em eu levar alguns desafios nossos aqui do Brasil, que não são só do Brasil, para pensar algumas questões lá. Eu trago questões como ‘como promover a inclusão digital na internet?’, ‘como garantir que os direitos digitais de crianças e adolescentes sejam respeitados?’, aprofundar sobre o uso de dados, uso de algoritmos na internet e como a gente pode avançar para lidar com tudo isso”, detalha.         “O Centro tem como missão transformar a internet em um espaço melhor. É um compromisso do centro pensar as questões da internet não de uma forma individual, mas pensar as questões individuais articulando com as coletivas”, explica Inês.

Para a professora, tornar a internet um lugar mais seguro, sem discursos de ódio e menos tóxico, para um público que entra nesse meio cada vez mais jovem, é o maior desafio. “É importante que a gente tenha um equilíbrio na internet, em várias questões, como no brincar, no divertir, no aprender. Eu tenho muita expectativa não para minha carreira, mas para contribuir com a sociedade, na promoção de um ambiente mais seguro para crianças e jovens na internet”, enfatiza. 

Profissão

Inês Vitorino veio de uma casa onde a mãe foi professora, por 30 anos, e o lema do pai, durante a sua criação, era “muito importante estudar”.

Ela frisa a importância de seus companheiros de pesquisa e alunos nesta sua trajetória. “Quando eu entrei na universidade, eu já tinha esse olhar carinhoso para a condição de professor. Eu sou muito grata a todos os meus professores, eu aprendi com eles a importância do professor na trajetória de qualquer pessoa. Na base de qualquer profissão está o professor, nenhuma área existiria sem esse profissional”, conclui.

Por Redação do Sobral Pop News com informações do Diário do Nordeste

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