Abrigos de ônibus estão caindo aos pedaços e trazem risco para os passageiros

Abrigo, no Centro de Sobral, segue em situação precária (Foto: Edwalcir Santos).

Todos os dias a vendedora Maria dos Santos Paiva, 30, utiliza o transporte coletivo para chegar ao trabalho, no Centro. A moradora do bairro Sumaré, periferia de Sobral, reclama, não apenas da precariedade dos ônibus que circulam, mas também da situação em que se encontra o terminal de embarque e desembarque de passageiros, localizado entre as ruas Coronel Silvestre e Desembargador Moreira, ao lado do mercado municipal.

É grande o fluxo de pessoas naquele ponto em busca de transporte para diversos bairros populosos como Padre Palhano, Alto Novo e Residencial Nova Caiçara. Além de ser antiga, a estrutura não atende à demanda e carece de manutenção. Parte do teto foi arrancada, deixando os poucos acentos expostos ao sol e à chuva. O que sobrou está corroído pela ferrugem. E o problema deve se agravar, ainda mais, no período do inverno, que já começa a se manifestar, neste janeiro, se intensificando entre fevereiro e maio.

“Há anos, nós estamos sem um local adequado para os ônibus. Mais uma vez o inverno vai chegar, e nada vai ser feito para mudar essa situação”, reclama a vendedora, com apoio de outro passageiro. O comerciante Raimundo Sousa Coelho, 58, também se desloca todos os dias para o Centro. “A gente não aguenta mais ficar tão exposto. Até se precisar ir ao banheiro é difícil, porque tem que utilizar os do mercado, aqui ao lado, que estão precários”, diz.

A alguns metros dali, o problema se repete, dessa vez com maior gravidade, já que não há um local realmente adequado para o estacionamento das topics de linha, aquelas que fazem o trajeto intermunicipal. Um dos pontos fica na Rua Coronel Frederico Gomes, também no Centro, onde os veículos ficam enfileirados, ao lado das calçadas, sem nenhuma cobertura, à espera de passageiros que se deslocam entre Sobral e Camocim.

Neste ponto de topics intermunicipais, passageiros ficam pelas calçadas sem espaço adequado (Foto: Edwacir Santos).

Duas cooperativas garantem o trajeto. Uma delas disponibiliza 14 veículos diariamente, e todos ficam expostos. “Os motoristas não têm espaço onde ficar, entre uma viagem e outra, a não ser, sentados pelas calçadas, assim como os passageiros. A reivindicação de um local próprio é antiga”, afirma Aldenir Sousa, fiscal de topiques. Dentro da cidade, as cooperativas de transporte de passageiros também dividem espaço agrupadas num ponto da Rua Dr. Carlito Pompeu, na Margem Esquerda do Rio Acaraú, e na Rua Coronel Estanislau Frota, no Bairro Tamarindo, local mais distante do Centro.

De acordo com a assessoria de imprensa da Prefeitura de Sobral, “esses transtornos irão ser resolvidos em breve. Primeiro, no que diz respeito ao transporte público. No mês de março, deverão entrar em circulação, em regime de testes, os novos ônibus que atenderão 3, das 7 linhas destinadas à população urbana. Essas primeiras linhas foram escolhidas pelos próprios moradores, em votação nas redes sociais”, revela a assessoria, e adianta. “Já os transportes intermunicipais terão um terminal de passageiros próprio, a ser construído no novo complexo que ocupará toda a extensão da antiga estação ferroviária, em reforma”, garante a assessoria sobre as mudanças, incluídas no Plano de Mobilidade Urbana de Sobral.

Enquanto isso não ocorre, passageiros como Maria José Leandro ,34, enfrentarão mais um período de exposição à chuva. “Eu pago R$ 21 de passagem toda semana de Granja para Sobral. É muito difícil para quem precisa desse tipo de transporte ficar exposto ao sol e à chuva. Não há estrutura nenhuma para atender as pessoas, que ficam pelas calçadas em busca de um abrigo. E quando o terminal for entregue, o problema vai ser a distância. O passageiro vai ter que pagar um mototáxi para o Centro, quando desembarcar. Outro custo que vai pesar no bolso”, reclama.

Por Redação do Sobral Pop News com reportagem de Marcelino Júnior do S.Post

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